Se por um lado, o extremismo muçulmano protagonizado pelo Estado Islâmico assusta as pessoas, por outro, leva praticantes comuns da fé islâmica à reflexão sobre a verdade por trás de sua crença.
O islamismo é, acima de uma prática religiosa, uma tradição hereditária nos países do Oriente Médio. Protegido por uma cultura enraizada, é defendido contra influências externas através da ocultação das mensagens de Jesus no Evangelho. Em muitos países, a Bíblia é um livro proibido, demonizado, e o que os muçulmanos ouvem sobre o cristianismo é uma completa distorção.
Mesmo assim, através do trabalho de missionários – sejam os tradicionais, sejam os que se valem da tecnologia – muitos seguidores de Alá tomam contato com a mensagem do Evangelho, e se deparam com algo amplamente diferente do que aprenderam durante toda a vida.
O presidente da emissora cristã SAT-7, que transmite em árabe para diversos países do Oriente Médio, afirma que o próprio islamismo está causando um colapso interno, e que as pessoas moderadas tendem a perceber isso, e acabam deixando a religião.
“É surpreendente o dano que o mundo muçulmano tem feito para si mesmo, devido a esta cisma entre sunitas e xiitas. Isso levanta sérias questões. As pessoas estão realmente perdendo a confiança na religião organizada”, afirmou Terence Ascott, fundador do SAT-7, segundo informações do Christian Post.
Para Ascott, o terrorismo praticado pelo Estado Islâmico e outros grupos extremistas são apenas a parte mais chamativa dos inúmeros conflitos internos do chamado “mundo muçulmano”: “Os conflitos são um problema enorme para o Islã em geral, porque afastam as pessoas do Islã. Em paralelo a isso, estamos pregando uma mensagem de paz, de reconciliação, de amor, e estamos apresentando um Deus que dá sentido para as pessoas”, comentou, explicando o porquê de as conversões ao Evangelho continuarem crescendo na região.
A emissora SAT-7, que produz programas que atingem o público de língua árabe, com mensagens de inspiração baseadas na Bíblia, passou também a desenvolver programas educacionais voltados às crianças localizadas nos campos de refugiados: “Nós sentimos que este é o momento em que podemos contribuir para o bem-estar de um ser humano, não importa se ele é cristão ou muçulmano. Nossa missão é apresentar o amor de Deus para muitos, apresentar a salvação de Jesus para muitos, e ao mesmo tempo, tentar trabalhar para o bem-estar das pessoas”, afirmou a executiva Rita El Mounayer, chefe dos canais da emissora.
Diante disso, vários relatos de muçulmanos que se converteram ao Evangelho após chegarem aos campos de refugiados têm surgido na mídia cristã internacional.
Um dos casos mais emblemáticos é o da Trinity Church em Berlim, liderada pelo pastor Gottfried Martens, que viu o número de membros saltar de 150 para 600, por conta da chegada dos novos convertidos oriundos do islamismo. “Eu sei que há pessoas que vêm aqui porque elas têm alguma esperança de permanecer em um abrigo. Estou os convidando a se juntar a nós, porque eu sei que quem vem aqui não será deixado”, disse o pastor, de portas abertas.