O círculo contra a pedofilia na Igreja Católica está cada vez mais fechado, e agora, a Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu que o Vaticano entregue os padres envolvidos em abusos sexuais contra menores à Justiça de seus respectivos países.
A cobrança aconteceu nesta quarta-feira, 05 de janeiro, durante uma reunião do Comitê da ONU para os Direitos da Criança (CRC). Os comissários pediram que a Igreja Católica “afaste imediatamente” os envolvidos nos escândalos sexuais e os denuncie para serem responsabilizados por seus crimes.
O relatório divulgado pelo CRC faz duras críticas à administração da Igreja e fala em omissão dos religiosos católicos nos casos já relatados.
“O comitê está gravemente preocupado pelo fato de que a Santa Sé não percebeu a extensão dos crimes cometidos, não tomou as medidas necessárias para lidar com casos de abuso sexual infantil nem para proteger essas crianças, e adotou políticas e práticas que levaram à continuidade dos abusos e à impunidade dos criminosos”, pontuou o relatório.
Em resposta, o Vaticano afirmou que tem investigado as denúncias com “exigência de transparência” para que os culpados sejam identificados e punidos.
No entanto, o CRC afirmou que nada foi feito pela Igreja Católica para punir os responsáveis por abusos sexuais cometidos décadas atrás, ou ainda no escândalo das “lavanderias da Irlanda”, quando meninas foram vítimas de trabalho forçado, entre 1922 e 1996.
O papa Francisco vem demonstrando incômodo com o assunto, e já falou publicamente que o Vaticano deveria investigar todos os casos de abuso sexual infantil, “assim como a conduta da hierarquia católica ao lidar com eles”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+