A autora Vivian de Oliveira, responsável pela novela Os Dez Mandamentos, diz que não enxerga a produção da Record como uma atração bíblica, e sim, como um clássico inspirado na Bíblia, e anunciou que a série sugerida por ela nos moldes de Game of Thrones deverá ir ao ar em 2017.
Na entrevista concedida ao jornalista Maurício Stycer, Vivian de Oliveira – que é evangélica – destacou que os fatos narrados na Bíblia sempre rendem boas histórias: “[Os Dez Mandamentos] ficou marcada como história bíblica porque é inspirada na Bíblia, mas se fosse assim, novelas inspiradas em um texto literário poderiam ser chamadas de ‘novela literária’. Não vejo assim, é uma trama histórica, que poderia ter sido inspirada em um clássico. A TV brasileira precisa de boas ideias, independentemente de ser bíblica ou não. Acontece que as bíblicas geralmente são muito boas e o Brasil está descobrindo isso agora. Hollywood já vinha explorando isso”, afirmou a autora.
Para atender o pedido da direção da Record e esticar a atração em 20 capítulos, ela contou que precisou dar mais espaço às tramas paralelas, criadas especificamente para o folhetim: “A novela fala da compaixão humana, das inseguranças, das paixões proibidas, as ambições, injustiças e conflitos. Resgata os valores familiares. O ser humano conhece todos esses sentimentos, ele passa por isso, por isso rola uma identificação imediata. Os dilemas são os mesmos”, pontuou.
Sobre a série ao estilo Game of Thrones, Vivian diz que o projeto será chamado Reinos e deverá ter 13 capítulos na primeira temporada, além de ser inspirada na Bíblia, contando as disputas pelos territórios da Babilônia, Macedônia e Canaã após a queda de Salomão.
A ideia, diz ela, surgiu quando fazia pesquisas para criar o conceito da minissérie Rei Davi: “A cara do projeto é mais ousada mesmo, com uma linguagem mais adulta. A ideia é termos uma narrativa inteligente, com conspiração política, instigante. Nesse caso, a nudez é o que menos interessa”, afirmou.
Sobre o sucesso alcançado pela novela, Vivian acredita que isso é fruto de trabalho: “Acho bom ter alguém fazendo sucesso fora da Globo. Mais mercado para todo mundo”, observou. “Tudo isso dá subsídio para criar. Muitas vezes deixo de lado a parte verídica [da história bíblica], até para não virar um documentário, e uso a licença poética”, acrescentou, frisando que toma cuidado para que uma não contradiga a outra.
“A Record descobriu um nicho de mercado e que está dando certo, enquanto muita gente acreditava que não daria certo. Fui ganhando experiência e o que mais quero é continuar nesse ramo [temas bíblicos] até que se esgote”, concluiu.