O recente aniversário de 20 anos do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas, em Nova York, motivou o resgate de histórias sobre a tragédia, e uma delas envolve um trecho da Bíblia Sagrada, fundido ao aço derretido da estrutura dos prédios.
No dia 30 de março de 2002, pouco mais de seis meses depois do atentado, um bombeiro que trabalhava nos escombros das Torres Gêmeas, encontrou uma Bíblia fundida ao aço da estrutura dos prédios, aberta em um trecho com uma mensagem de perdão.
O fotógrafo Joel Meyerowitz, que trabalhava no local, registrou a descoberta: a Bíblia estava aberta no livro de Mateus, com destaque para o capítulo 5:38-39.
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra”, diz o trecho, com palavras de Jesus.
Meyerowitz contou ao jornal americano The New York Times na ocasião que ficou impressionado com o trecho bíblico naquele contexto: “Meu espanto ao ver a página em que a Bíblia estava aberta me fez perceber que a mensagem sobrevive ao longo do tempo. Em todas as épocas, interpretamos seus ensinamentos de maneira renovada, conforme a ocasião exige”, disse o fotógrafo.
“Nossa natureza carnal nos exorta a retribuir o mal pelo mal, mas Deus nos diz para perdoar e amar, deixando a justiça nas mãos d’Ele”, acrescentou Meyerowitz, que fez questão de doar a peça de metal, concreto e Bíblia fundidos, para o Memorial & Museu do 11 de Setembro, de acordo com informações do portal R7.
11 de setembro
Os eventos terríveis daquela manhã de terça-feira, há 20 anos, repercutiram de diferentes maneiras nos anos seguintes: desde ativistas ateus oportunistas que tentaram processar um padre que ministrava no local dos escombros, até um entusiasta de Osama Bin Laden que se entregou a Jesus.
Em 2012, um grupo de ateus movia uma ação contra um sacerdote católico que ficou conhecido como o “padre da cruz do World Trade Center”, mas desistiu do processo por falta de argumentos legais.
O calor do incêndio após o desabamento das torres fez com que duas vigas de metal se fundissem entre si, e tomassem o formato de uma cruz.
Quando as equipes de resgate encontraram a cruz, passaram a tê-la como um sinal de incentivo para a tarefa de remover entulhos em busca de corpos. Na ocasião, o padre franciscano Brian Jordan abençoou o objeto, e sua paróquia, Igreja do Santo Nome de Jesus, passou a realizar missas no local.
Essa ação foi considerada ofensiva por um grupo de ateus, que se propôs a processar o padre, mas logo viu a ação ser desencorajada por juristas por falta de embasamento legal.
Ponto de virada
Outra história de reviravolta é a conversão de um muçulmano saudita, que era entusiasta dos ensinamentos de Bin Laden, o principal responsável pelos planos de ataque às Torres Gêmeas.
Al Fadi cresceu sob a sombra de influência de Osama Bin Laden. Na adolescência, sua empolgação com o que havia aprendido sobre a religião o fez desejar se juntar à Al-Qaeda, mas seus pais o proibiram.
Quando entrou para uma universidade norte-americana, se envolveu em um programa de orientação cultural e linguística com o objetivo de melhorar seu inglês e facilitar sua adaptação. Ele estava ligado a uma família voluntária cristã, que o acolheu e o ajudou a entender as diferenças culturais.
Al Fadi, então, passou a fazer proselitismo do islamismo com os cristãos, pois havia aprendido que se tratavam de pessoas moralmente fracas. Mas, essa família mostrou um forte senso de valores e caráter, o que colocou em xeque todas as suas crenças.
“Foi muito desconcertante para mim porque me perguntei: ‘De onde eles tiraram esse valor moral?’ Eu fui ensinado que a Bíblia deles era corrupta. Mas me senti como um anão espiritual comparado a eles”, relembrou.
“Comecei a perceber que o Islã não era a religião que cresci pensando que era”, ele admitiu. Sua incredulidade no islamismo se consolidou quando as Torres Gêmeas foram atacadas por seguidores de Bin Laden.
A fria percepção de que ele uma vez havia aspirado ser como eles de repente o atingiu: “Observar as pessoas dispostas a ir tão longe, levar centenas de vidas… São pessoas inocentes. Eles não têm nada a ver com a guerra ”, disse ele.
“Sabendo muito bem que é um enorme pecado para um muçulmano ir a uma igreja cristã, comecei um processo de comparação. Eu olhei para o Alcorão e a Bíblia. Eu olhei para o cristão e o muçulmano. E depois de seis meses, me apaixonei por esse Jesus. Eu simplesmente não pude resistir à evidência convincente e à convicção do Espírito Santo em meu coração. O Deus da Bíblia me amou e enviou seu filho para morrer por mim. O deus do Alcorão nunca fez isso por mim”, testemunhou.