O padre Marcelo Rossi comentou o ambiente do cenário político no país às vésperas da eleição presidencial e afirmou que não recomenda o voto em líderes religiosos, pois são atuações bem distintas e que os protagonistas de cada área devem respeitar o espaço de atuação uns dos outros.
Marcelo Rossi frisa que há exemplos na história do mundo de que a mistura de política e religião é algo que não termina bem, por mais bem intencionadas que sejam as motivações.
“Eu sou totalmente contra, seja padre ou pastor. Está errado. Ou você é um líder religioso, ou você é um líder político. Pode colocar minhas palavras: ‘Nunca vote em nenhuma pessoa religiosa’. A Igreja Católica viveu isso, a união de Estado, política e religião. Foi a pior fase. Pode ver que a Igreja Católica é a única que não tem candidato. Ela pode até dizer que gosta, mas nunca indica. Eu tenho medo. A pior coisa é fanático. Fuja dessas pessoas, que são as mais perigosas e as que se corrompem mais facilmente”, disparou o padre Marcelo Rossi.
Sobre a disputa entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), o padre afirmou que ficou frustrado com o tom dos debates realizados até agora na campanha, e apontou o encontro no SBT como o mais tenso: “Foi horrível. Eu queria saber sobre educação, saúde e projetos. Não queria saber de brigas”, observou.
Recuperado de uma depressão sofrida entre 2012 e 2013, o padre Marcelo comentou as notícias veiculadas recentemente que apontavam seu nome como alvo de investigação do Vaticano durante o pontificado de Bento XVI e sua recente nomeação pelo papa Francisco a “evangelizador moderno”: “Ele foi bem claro dizendo ‘não se acomode’. Quando você recebe o título de evangelizador moderno, não acabou por aí. Ele poderia me combater, mas ele me apoiou”, resumiu.