Conhecido como “padre sertanejo”, Alessandro Campos é um sacerdote católico cantor com uma carreira na música popular de ascensão meteórica, assim como seu ministério. Como forma de simbolizar sua relação com a fé e a música sertaneja, pretende construir um megatemplo em Brasília em formato de chapéu de vaqueiro.
A história do padre Alessandro Campos é como a de muitos outros sacerdotes católicos, que nutriu o interesse pela religiosidade a partir da prática de fé de um parente próximo. No caso do “padre sertanejo”, essa inspiração veio da avó, hoje com 92 anos.
Paulistano de Guaratinguetá, cidade com forte influência da música sertaneja na cultura popular, Alessandro Campos decidiu ser padre aos sete anos de idade. Aos 13, foi para o seminário, e aos 23 foi ordenado ao sacerdócio como um dos mais jovens padres do país.
Seu começo de ministério foi como capelão de um colégio militar em Brasília: “Na primeira missa que fiz lá, tinham dois alunos, o general e a esposa. Em um mês, mil pessoas já estavam frequentando”, conta o padre.
A popularidade espalhou as peculiaridades que o padre inseriu na liturgia da missa. A fama de “padre sertanejo” veio do hábito de cantar clássicos da música interiorana durante os sermões, como forma de ilustrar a mensagem e inspirar os fiéis a aplicar os conceitos bíblicos em seu cotidiano. “Às vezes eu não tinha o que falar e cantava. Como essas músicas têm conteúdo, falam de Jesus, de paz, da família, daí nascia uma reflexão”, resume.
Agora, o padre cantor pretende erguer, na capital do país, um templo católico com formato de chapéu de vaqueiro. Uma das abas do chapéu seria uma escadaria, enquanto as outras duas laterais teriam função de arquibancadas. Na aba traseira seria feito um palco para shows, e o centro do “chapéu” seria a nave do templo.
“Esse é um sonho que está no meu coração e no de Deus. Quero fazer um templo para reunir todo sertanejo do Brasil — conta o padre Alessandro Campos, que pretende contar com o apoio de artistas sertanejos na arrecadação de fundos. “Não existe sertanejo que não seja devoto de Nossa Senhora Aparecida”, argumenta.
Hoje, detentor de recordes de venda de CDs de música “sertaneja católica”, o padre comemora a trajetória e diz que sua motivação é aproximar os fiéis de Deus: “Tudo isso começou quando eu era criança e fui num show do Zezé di Camargo e Luciano. Eu vi eles cantarem pra uma multidão e imaginei todo mundo cantando assim para Cristo. Fiquei pensando. Quando for padre, quero ser assim”.