O jornalista Lino Bocchini publicou em sua coluna no site da revista Carta Capital um artigo no qual compara o papa Francisco, que está no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, com o pastor e deputado federal Marco Feliciano, que é também presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Classificando o líder da Igreja Católica como um “Feliciano com muito mais poder e o apoio da Globo”, Bocchini afirma que motivações como homofobia, machismo, apego ao dinheiro e religião interferindo no Estado seriam comuns entre o Papa Francisco, Marco Feliciano, e também o pastor Silas Malafaia. Ele afirma ainda que o papa Francisco teria um agravante em ralação a Feliciano, que é o fato de deter mais poder, e que os evangélicos são injustiçados por receberem um “tsunami de críticas” ao defenderem os mesmos ideais que o papa.
– As mesmas bandeiras conservadoras levantadas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso estão no centro da atuação da igreja católica há séculos – afirma, ressaltando que o atual pontífice comunga destes ideais e não se mostra disposto a alterá-los.
Ao justificar sua acusação de homofobia dirigida ao líder católico, o colunista cita uma preocupação do papa com o que chama de “lobby gay” no Vaticano, citando o site católico Reflexión y Liberación, para o qual o papa teria afirmado: – Na Cúria há gente santa de verdade. Mas também há uma corrente de corrupção, é verdade. Fala-se de lobby gay, e é verdade, ele está aí… temos que ver o que podemos fazer.
O machismo também foi citado na comparação, justificado pelo colunista pelo fato de a Igreja Católica não ordenar mulheres, e também pela luta travada tanto por líderes católicos quanto evangélicos contra a legalização do aborto.
Uma reportagem da revista Exame que afirma que o Banco do Vaticano gere cerca de 6 bilhões de euros em ativos e um vídeo que circulou recentemente, no qual Marco Feliciano pedia a senha de um cartão de crédito para um fiel, foram os exemplos usados para afirmar que os religiosos citados se atém ao dinheiro, apesar da recente recusa do papa Francisco a luxos e regalias aos quais o líder máximo da Igreja Católica normalmente são submetidos.
– Não sou um estudioso do cristianismo, mas acredito que valores como ajuda ao próximo, desapego e amparo aos pobres não combinam com a acumulação de fortunas dessa grandeza – afirma Bocchini, que também criticou o que ele classificou como “promiscuidade com o poder público”, citando a proximidade de líderes religiosos com a política e também a presença de crucifixos em repartições públicas e até mesmo “mensagens religiosas nas notas de dinheiro”.
Lino Bocchini finaliza afirmando que Marco Feliciano é injustiçado por ser, supostamente, hostilizado pela imprensa, enquanto o papa Francisco foi recebido de braços abertos por vários canais de comunicação, mas critica a missa de domingo transmitida há anos pela Rede Globo, bem como a recente aproximação da emissora com o público evangélico.
Pelo Twitter, Marco Feliciano comentou a comparação feita na revista Carta Capital, e também a diferença de tratamento existente, por padre de emissoras como a Rede Globo, às ideias defendidas por católicos e evangélicos.
– Qdo falo de preconceituoso religioso e perseguição religiosa contra evangélicos, me chamam de teórico da conspiração. Desperta igreja! – escreveu Feliciano.
Por Dan Martins, para o Gospel+