O papa Francisco continua a fazer de seu ministério à frente da Igreja Católica um exercício de quebra constante de paradigmas. Nesse sábado, 21 de março, ele visitou uma penitenciária na cidade de Nápoles e jantou com 90 prisioneiros.
O gesto de visitar a detenção da cidade italiana por si só já é bastante significativo, uma vez que geralmente pessoas condenadas são colocadas à margem da sociedade. Porém, 10 dos detentos escolhidos para a reunião com o papa são transexuais.
A informação foi divulgada pelo site espanhol Religión Digital, que destacou que os detentos foram os responsáveis pelo preparo da refeição.
O canal de televisão da Conferência Episcopal Italiana destacou que o papa deixou o Vaticano pela manhã, às 07h00, de helicóptero e fez uma visita ao Santuário de Pompéia, onde orou por alguns minutos.
Na sequência, Francisco voou até Nápoles, onde se encontrou com pessoas em situação de vulnerabilidade social, na Plaza Juan Pablo II, e conversou com elas sobre suas condições de vida.
O pontífice fez um de seus mais duros discursos e afirmou que “a corrupção é suja” e quem se deixa corromper, “fede”.
“Quanta corrupção há no mundo. […] A corrupção é suja e a sociedade corrupta é uma porcaria. Um cidadão que deixa que a corrupção o invada não é cristão!”, afirmou, segundo informações do G1.
O local visitado fica na periferia da cidade, e é considerado um reduto de criminosos filiados à máfia Camorra. O papa incentivou as pessoas da cidade a lutarem por justiça: “Espero que tenham a coragem de seguir adiante com alegria, de levar esperança, de ir pelo caminho do bem e não pela do mal. (…) De ir adiante limpando a própria alma, a alma da cidade e da sociedade para que não exista esse cheiro putrefato que tem a corrupção”, concluiu.