A aposta de um pastor em inovação para atrair jovens vem causando bastante burburinho na comunidade evangélica e também na mídia.
A ideia de Filipe Falcão, 26 anos, mais conhecido como pastor Lipão, é que as pessoas reconheçam o ministério Onda Dura como uma igreja fora dos padrões: “Não queremos ser mais uma igreja, o segredo é ser uma igreja diferente. Não podemos ser esquisitos no mundo real”, afirma.
A justificativa acima se explica: Lipão ministra seus sermões ao som de Coldplay, Chico Buarque e Jota Quest, artistas da música secular. Há pouco menos de um mês, ele já havia conquistado a atenção da mídia da cidade de Joinville (SC) por incentivar que os jovens carregassem uma cruz de madeira por 21 dias.
“Não tenho essa imagem para tentar alcançar o jovem. Tenho essa imagem porque sou jovem”, defende-se das críticas. “Jesus não ouvia música cristã, não ia às festas cristãs, tampouco só conversava com cristãos. Reavalie o que é santidade”, acrescenta o pastor, propondo uma reflexão que normalmente os líderes evangélicos desencorajam.
Com a postura menos tradicional, o ministério Onda Dura atraiu muitos fiéis gays e dependentes químicos. E Lipão explica: o segredo é ensinar a palavra de Deus, não empurrá-la “goela abaixo”, pois isso é o oposto do que a Igreja Primitiva fazia.
“Apenas pregamos o que está na Bíblia. Ela reprova essas atitudes, sim, mas ninguém aqui vai falar ‘você é pior do que eu’. Se alguém chegar para mim e falar ‘sou gay, fumo maconha e não quero mudar’, respondo: ‘Beleza, pode continuar’. Não é uma pegada de imposição”, conceituou o pastor em entrevista ao iG.