A cruzada pessoal do papa Francisco para “arrumar a casa” continua, e depois de estabelecer políticas duras contra sacerdotes católicos acusados de pedofilia, o líder católico resolveu pregar contra os fiéis que ofertam “dinheiro sujo”.
Francisco se posicionou contra a obtenção de lucros a partir da exploração do trabalho de pessoas pobres, e afirmou que a Igreja Católica não precisa das doações oriundas de dinheiro obtido dessa forma.
“Alguns doadores vêm à Igreja oferecendo lucros conseguidos a partir do sangue de pessoas que são exploradas, maltratadas, escravizadas com trabalhos mal remunerados. Vou dizer-lhes: ‘Por favor, tome seu dinheiro. Queime isto’. O povo de Deus […] não precisa de dinheiro sujo; eles precisam de corações que estejam abertos à misericórdia de Deus”, condenou o papa.
Segundo informações do jornal O Globo, Francisco apontou o combate à pobreza e à corrupção como as duas maiores prioridades de seu pontificado. E tais temas são abordados de forma repetida durante as audiências semanais realizadas pelo papa na Praça de São Pedro, no Vaticano, e nas viagens internacionais.
“A experiência nos ensina que, sempre que buscamos o caminho de privilégios ou benefícios para alguns em detrimento do bem de todos, mais cedo ou mais tarde a vida da sociedade torna-se um terreno fértil para a corrupção, o tráfico de drogas, a exclusão de diferentes culturas, violência e também o tráfico humano, o sequestro e a morte”, exortou o papa recentemente, quando viajou ao México.
Para não ficar apenas nas palavras, em dezembro Francisco determinou que uma auditoria fosse feita nos bens da Igreja Católica. A imprensa mundial tratou a iniciativa como “sem precedentes”.
A ordem de Francisco incluiu ainda o estabelecimento de uma força de trabalho para que as finanças do Vaticano sejam postas em ordem e que os recursos sejam destinados a projetos voltados para populações pobres e vulneráveis.
Prestes a completar três anos de pontificado, Francisco se mantém exigente quanto à questão do dinheiro acumulado pela Igreja Católica. Estima-se que o Banco do Vaticano acumule cerca de US$ 6,4 bilhões em depósitos, além das grandes coleções de arte e imóveis, que são estimadas em mais de US$ 3 bilhões.