O Papa Francisco concedeu uma entrevista recentemente, para Lorenzo Buccella, jornalista da Rádio Televisão Suíça (RSI), onde fez uma declaração que provocou a reação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
Isso, porque, o líder máximo da Igreja Católica disse que a Ucrânia deveria se render para os russos, usando a expressão “bandeira branca” em sinal de rendição diante da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.
“creio que é mais forte quem vê a situação, quem pensa nas pessoas, quem tem a coragem da bandeira branca, para negociar. E hoje se pode negociar com a ajuda das potências internacionais”, iniciou o Papa.
“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não estão indo bem, precisa ter a coragem de negociar. Você tem vergonha, mas com quantas mortes isso vai acabar? Negociar em tempo, procurar algum país para mediar. Hoje, por exemplo, na guerra na Ucrânia, há muitos que querem fazer a mediação. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que a situação piore”, completou Francisco.
Reação
Ao comentar a declaração do Papa, Zelenskiy criticou a forma como o pontífice enxerga a situação, argumentando que a posição correta do líder católico deveria ser a de apoio aos ucranianos diante da agressão russa.
“Agradeço a todos os capelães ucranianos que estão na linha de frente. É isso que significa a igreja estar com as pessoas”, disse o presidente da Ucrânia. “E não estar a 2.500 km e querer se envolver em uma mediação virtual entre aqueles que querem viver e aqueles que só querem destruir”.
De acordo com informações do Vatican News, o Papa Francisco também se colocou à disposição para mediar negociações entre os russos e ucranianos, algo que, segundo o pontífice, não seria o mesmo que uma rendição, mas sim um ato de coragem.
“Enviei uma carta aos judeus de Israel, para refletir sobre essa situação. Negociação nunca é rendição. É a coragem de não levar o país ao suicídio. Os ucranianos, com a história que têm, coitados, os ucranianos na época de Stalin, o quanto sofreram…”, declarou o Papa.