Três dias após a derrota da Seleção Brasileira na semifinal da Copa do Mundo, muitos torcedores ainda se ressentem da humilhação imposta pela Alemanha em pleno estádio do Mineirão. Porém, segundo o pastor Samuel Torralbo, é possível tirar uma lição para cada gol sofrido naquele fatídico jogo.
Em seu artigo, Torralbo diz que “uma história vitoriosa não garante vitória no presente”, e compara a longa e exitosa jornada brasileira em copas do mundo ao cenário atual: “A história do futebol brasileiro é incomparável, com 5 títulos mundiais, tendo jogadores históricos encontramos Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Ronaldo, etc. Mas isso não é garantia de sucesso no presente. De modo que, a história é importante, porém imprescindível é como lidamos com o presente”, explica o pastor no texto publicado pelo Púlpito Cristão.
Torralbo frisa que muitas vezes, questões culturais servem de atraso e contribuem para o insucesso: “O jeitinho brasileiro é uma maldição”, crava o pastor. “Nota-se que mais uma vez o futebol foi cercado pela mística do jeitinho brasileiro (o Brasil não jogou bem a copa inteira, e pensávamos que passaríamos a Alemanha como das outras vezes) […] É verdade que o jeitinho às vezes funciona, porém se comparado com as vezes que não funciona, notar-se-á que é um grande sistema de engano e atraso”, acrescentou.
A terceira lição apontada pelo pastor é a “renovação”: “O que se percebeu ontem é o que muitos já vinham falando – uma seleção ultrapassada e desatualizada. Um dos motivos que leva a desatualização e logo ao insucesso é o orgulho de achar que não precisa se atualizar, o que implica em buscar novas ajudas, conhecer novos caminhos, escutar e aprender com os outros, porém o orgulhoso não tem humildade para isso, ele fica polindo troféus antigos enquanto que o mundo segue caminhando”, escreveu o pastor Samuel Torralbo.
Para o pastor, “talento depende de planejamento” para conquistar o sucesso no mundo atual. “Foi-se o tempo em que um craque ganhava sozinho um campeonato (ele pode ganhar um jogo, mas o campeonato é impossível) […] Infelizmente, o brasileiro tem muito talento, mas precisa aprender muito sobre planejamento”, admitiu.
A quinta lição tirada por Torralbo da goleada é que “o brasileiro é conhecido como um povo do coração e menos da razão” e isto teria “benefícios como também seus prejuízos”. Para encontrar a solução, “certamente, o melhor caminho é o da moderação”, escreveu o pastor. “Não basta emoção, paixão, vontade, é necessário também o preparo, o equilíbrio, as ponderações e sobretudo a humildade”.
É preciso não supervalorizar as virtudes, diz o pastor: “Quando ouvíamos os técnicos e os jogadores falarem sobre a Seleção Brasileira, a sensação que tínhamos é que o mundo deles estava perfeitamente seguro. Porém o que se percebeu com o resultado diante da Alemanha é que nem sempre a impressão pessoal sobre si mesmo, reflete o que de fato é, necessitando outra vez de humildade para um auto conhecimento que poderá então produzir resultados com sucesso”, orientou.
Por fim, a lição mais comum e universal nos casos de insucesso: aprender com os fracassos. “A derrota de fato pode produzir um novo caminho de aprendizado e restauração. Porém sempre será um caminho de muito trabalho, disciplina e humildade. Ninguém aprende nada com a derrota apenas filosofando, ou criando enciclopédias sobre a tragédia. Aprende-se, com as tragédias quando a alma de fato se desperta, existindo um novo posicionamento de conduta e caráter. Daqui a quatro anos de fato veremos se a seleção como também todos nós (no caminho da vida) aprendemos com essa derrota histórica no futebol, ou se ficamos apenas no blábláblá…”.