Os escândalos de corrupção encontrados em meio às medidas de combate à pandemia do novo coronavírus levaram o pastor Renato Vargens, um dos que primeiro se manifestaram a favor da suspensão dos cultos, publicou um desabafo relacionado à quarentena.
”Fui a favor da quarentena”, frisou o pastor da Igreja Cristã da Aliança. Em seguida, Vargens pontua que as medidas de distanciamento social deveriam servir para ganhar tempo contra a Covid-19, mas vem sendo cenário de oportunidade para corrupção e autoritarismo.
“A igreja que pastoreio, por exemplo, foi uma das primeiras a cancelar o culto público, incentivando as pessoas a permanecerem em casa. Na verdade, eu sempre entendi que isso era necessário, visto que o Estado precisava se preparar para os inevitáveis casos de coronavírus, além é claro, de oferecer aos médicos, sanitaristas e cientistas a possibilidade de trabalharem com mais tranquilidade na elaboração de um medicamento ou vacina que pudesse imunizar a população”, recapitulou o pastor.
As circunstâncias atuais, no entanto, fogem ao propósito da mobilização inicial, queixou-se Vargens: ”Mais de 60 dias se passaram e os estados e prefeituras de toda federação encontram-se absortos num mar de incompetência e corrupção. Lamentavelmente, para nossa vergonha, estão pipocando em vários cantos do Brasil, casos de corrupção, onde o superfaturamento de equipamento e sumos (sic) hospitalares se fazem presentes”.
“Diante deste descalabro a resposta de muitos dos governadores e prefeitos não tem sido outra a não a ser oprimir o povo impondo decretos arbitrários, exigindo que as pessoas fiquem em casa, punindo o cidadão de bem, impondo o medo, justificando assim a incompetência estatal de conduzir a crise”, escreveu, protestando contra o autoritarismo inconteste Brasil afora.
No artigo, publicado no portal Pleno News, Vargens exclama: “Ficar em casa não matará o vírus. A população cedo ou tarde terá que voltar à sua rotina”.
“O problema é que tanto governadores como prefeitos, salvo exceções, é claro, já deveriam ter feito o dever de casa criando hospitais de campanha, aparelhando postos de saúde, ajudando o pobre a sobreviver ante a fome, equipando nosocômios com respiradores e muito mais. Todavia, o que se vê são escândalos, desvio de verba pública, incompetência e má gestão”, acrescentou.
Em sua conclusão, pregou o combate incansável aos oportunistas: “Quanto aos corruptos e canalhas que até em tempo de pandemia continuam roubando e extorquindo o erário, o rigor da lei. Tempos tenebrosos os nossos!”.