Considerado no meio jurídico como um dos juristas mais produtivos do Brasil, o desembargador, escritor, pastor e professor William Douglas participou de um podcast onde abortou um tema recorrente atualmente, que é a liberdade de fé, destacando o ato de evangelizar como uma garantia constitucional.
A fala de William Douglas surge em um contexto delicado, atualmente, onde pastores estão sendo acusados, por exemplo, de “discurso de ódio” e até de “racismo religioso” por causa de pregações contra o movimento LGBT+ e, também, contra as religiões de matriz africanas.
“Os cristãos precisam estudar e aprender a lidar com a política”, disse o desembargador, argumentando que, assim como é dever do crente atentar para as coisas de Deus, também deve entender as coisas do Estado.
“Eu tenho duas cidadanias! Eu tenho minha cidadania do Reino dos Céus, mas eu também sou brasileiro e a Constituição me dá a liberdade religiosa, o direito de crer e a liberdade de pensamento”, continua.
William Douglass reforça que “a liberdade religiosa inclui, inclusive, você falar do seu Deus para outras pessoas. O proselitismo religioso, que é você evangelizar, está garantido na Constituição. Então, as pessoas precisam aprender a usar a lei”.
Ou seja, segundo o desembargador, o tradicional evangelismo, onde pregadores falam abertamente sobre as diferentes crenças, apontando os erros doutrinários das outras religiões, não pode ser interpretado como “discurso de ódio”, por exemplo, mas como o livre exercício individual da fé.
Estado laico
Isto tudo, segundo William Douglas, é possível porque o Brasil possui um regime de Estado laico, e não de Estado laicista. “O pessoal do ateísmo, do materialismo, que não gosta de religião, o pessoal que odeia Jesus está tentando passar uma mentira”, diz ele.
“O Estado laico não é ateu. Você tem o direito de ter a sua religião. Existem dois tipos de Estado: o laico e o laicista. No Estado laico, as pessoas têm o direito de viver sua religião, inclusive, em espaço público”, ressalta.
Por fim, o jurista disse ao PodCrê, do Pleno News, que “no Estado laicista, que é o laicismo francês, esse Estado exclui a religião do espaço público. Você não pode viver a sua religião no espaço público, mas na sua casa e na igreja pode”, mas que isso não se aplica ao Brasil. Assista: