O mundo luta contra a pandemia do novo coronavírus, mas cada país tem o seu próprio modo de agir contra o vírus que já matou mais de 315 mil pessoas no planeta e infectou cerca de 4.833.350 milhões. Um exemplo digno de atenção é o território africano Burundi.
O país africano enviou recentemente, no último dia 12 de maio, uma carta para a sede da Organização Mundial da Saúde (OMS) localizada na África, determinando a retirada imediata de quatro funcionários da organização do país.
O documento informou que os representantes da OMS “são declarados persona non grata e, como tal, devem deixar o território do Burundi até sexta-feira”, segundo informações publicadas pelo jornal português DW.
Eleições
A medida chama atenção também pelo fato do país africano atravessar uma eleição presidencial, marcada para o próximo dia 20. Cerca de 11 milhões de pessoas devem apresentar seu voto, e um dos candidatos é o general Evariste Ndayishimiye, pelo partido CNDD-FDD.
Evariste acredita que Deus tem protegido Burindi contra o novo coronavírus e tem dito isso abertamente para a população, parecendo querer justificar a medida contra os representantes da OMS.
“Não tenha medo. Deus ama Burundi e, se há pessoas que deram positivo, é para que Deus possa manifestar seu poder no Burundi ”, disse o general.
O candidato à presidência reconhece a gravidade da pandemia, mas está convicto de que a fé em Deus é a melhor proteção contra o coronavírus. “Quero encorajá-lo. Ninguém deve mentir para você que existe uma pandemia chamada coronavírus”, disse ele.
“Isso está prestes a acontecer, mas tem sorte aqueles que acreditam na proteção de Deus. Ele [coronavírus] matou tantas vidas em outras partes do mundo, mas Deus protegeu Burundi desse vírus”, disse o general durante um evento.
O director do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, expressou preocupação com a forma como o país africano vem encarando a pandemia, especialmente por causa das eleições do próximo dia 20.
“As eleições têm de ser adaptadas, estabelecendo limites de espaço e evitando concentrações. Se não se conseguir assegurar isso, se as pessoas não puderem votar ‘online’ ou não se conseguir garantir grande distância física, vai-se potenciar o risco e é de esperar aumentos significativos de casos após as eleições”, disse, segundo o Jornal de Angola.