O pastor José Olímpio, da Igreja Assembleia de Deus em Alagoas, foi condenado a 2 anos e 9 meses de prisão por suposto crime de homofobia, após ter feito uma publicação no ano passado, onde afirmou que iria “orar” pela morte do ator Paulo Gustavo, falecido em 2021 após contrair o novo coronavírus.
Na ocasião, em abril daquele ano, José Olímpio publicou uma foto do ator, em referência ao personagem feito por ele no filme “Minha Vida em Marte”, e na legenda fez o seguinte comentário:
“Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você vai orar ou rezar? Eu oro para que o Dono dele o leve para junto de si”. Logo após a postagem, a reação negativa foi imediata e o pastor passou a ser duramente criticado por internautas.
Olímpio chegou a apagar a publicação e a pedir desculpas em outra postagem. “Quão tolo eu fui! Por ter escrito a sandice que escrevi, mesmo sem no meu íntimo desejar a morte de ninguém, pois apesar de minhas fraquezas, sou um cristão convicto. Peço mil vezes a todos: DESCULPAS, DESCULPAS, DESCULPAS”.
Apesar da retratação, o caso foi denunciado à Justiça de Alagoas, que analisou a publicação do pastor assembleiano como suposto crime de homofobia, em razão da orientação sexual de Paulo Gustavo, que era homossexual.
O juiz Ygor Figueiredo, responsável pelo julgamento da ação, considerou o contexto da publicação, concluindo que o pastor Olímpio teve “conduta preconceituosa” ao se referir ao humorista.
“No caso em apreço, diante das evidências existentes nos autos, da foto escolhida para a postagem e do reconhecimento nacional do qual gozava o ator, inclusive por seu engajamento na pauta da comunidade LGBQTIA+, o tom discriminatório é cristalino, motivo pelo qual resta demonstrada que a conduta preconceituosa foi feita em virtude da orientação sexual do senhor Paulo Gustavo”, disse o magistrado.
A condenação do pastor Olímpio, que seria inicialmente em regime aberto, foi convertida para a prestação de serviços comunitários, segundo informações do G1.