A celebração da Páscoa pelos cristãos de todo o mundo pode estar sendo feita na data errada, de acordo com um pastor estudioso sobre a influência das tradições judaicas na religião cristã.
A Páscoa, que marca a crucificação de Jesus na sexta-feira e sua ressurreição no domingo, é apontada por muitos como a celebração mais importante da fé cristã, por marcar a vitória do Filho de Deus sobre a morte e seu ressurgimento, todo-poderoso.
Mas, assim como o Natal – que celebra seu nascimento numa data que provavelmente não seja nem próxima da correta – a Páscoa vem sendo comemorada fora de hora, segundo o pastor Mark Biltz, do El Shaddai Ministries.
Em um artigo para o WND, Biltz pede que os cristãos lembrem que a Bíblia possui um calendário próprio, descrito a partir de informações relevantes que não deveriam ser ignoradas.
“Esse é o problema quando seguimos as tradições dos homens, em vez da Bíblia”, alerta, apontando que a celebração da Páscoa pode estar antecipada em aproximadamente um mês.
Aparentando dar demasiada importância para a data, deixando em segundo plano a importância da celebração em si, o pastor pede que os cristãos voltem à tradição conforme descrita na Bíblia: “A principal razão para os cristãos voltarem-se para o calendário bíblico é entendermos os eventos proféticos. As profecias bíblicas seguem o calendário judaico. Se queremos entender o que está para acontecer, precisamos saber disso. Como podemos fazer a conexão com o que o Senhor fez no passado e compreender o que Deus fará no futuro, se não estamos fazendo essa conexão corretamente?”, pontuou.
No artigo, ele destaca que o calendário romano foi estabelecido 753 a. C., época em que o Império surgiu, seguindo o ano solar, ao invés do lunar, que era seguido pelos judeus. Em 46 a. C., os romanos alteraram seu calendário para o Juliano, que também não era seguido pelos judeus.
Atualmente, o mundo se baseia no calendário criado pelo papa Gregório XIII, em 1582, popularmente conhecido como “calendário Gregoriano”, que tem como principal peculiaridade as correções de tempo a cada quatro anos, com o acréscimo do dia 29 nos meses de fevereiro, formando os anos bissextos.
Todo esse contexto serve para formar o argumento do pastor, que lembra que a Páscoa é uma festa judaica, que marca a celebração da passagem do povo em êxodo pelo Mar Vermelho, quando foram libertos do Egito. E na celebração dos judeus, a Pascoa acontece no dia 14 do primeiro mês do ano judaico, Nisan, que em 2016, ocorre ao pôr do sol do dia 22 de abril.
Em 2016, a Páscoa comemorada pelos cristãos coincidiu com a celebração do Purim, “um feriado judaico que comemora a salvação dos judeus persas do plano de Hamã, para exterminá-los, no antigo Império Persa tal como está escrito no Livro de Ester”, segundo informações da Federação Israelita do Rio Grande do Sul.
Mark Biltz diz que é importante que a celebração seja feita na data correta pois em Mateus 26 a Bíblia descreve a Última Ceia como uma celebração pascal, simbolicamente cumprindo o plano divino de libertação da humanidade, assim como a Páscoa judaica (Pessach) representa a libertação dos hebreus da escravidão no Egito.
“A maioria dos cristãos admite que Jesus precisava seguir a Torá para cumprir a profecia. Fica claro nos Evangelhos que Jesus morreu na Páscoa. Quando você liga isso com Levítico, entenderá exatamente o que estava acontecendo”, contextualizou, antes de acrescentar que Jesus instruiu aos seus seguidores que mantivessem a celebração da Páscoa: “O Senhor disse durante a Última Ceia: ‘Fazei isto em memória de mim’. Bem, isso está intrinsicamente relacionado com a Páscoa, que é a crucificação. Devemos seguir o mandamento bíblico. Contudo, a maioria dos cristãos não lembram, simplesmente celebram a Ressurreição. Muitas vezes fazem isso no calendário errado!”.
A data correta, então, seria o dia 24 de abril: “Se Jesus cumpriu tudo, ele morreu na Páscoa… que deve ser celebrada no dia 14 do primeiro mês bíblico. Somente então devemos celebrá-la”.