Com o objetivo de ajudar a combater a fome, o pastor evangélico e panificador José Antero de Souza distribui semanalmente cerca de 1200 pães através de um programa social. Pastor da Igreja Batista, a religiosa conta que já faz isso algo em troca.
Aos 43 anos, garante que não se preocupa com as benesses celestiais a que, supostamente, teria direito seguindo a interpretação de muitos pastores de passagens bíblicas como a de 2 Coríntios 9:10, que diz: “Aquele que oferta a semente ao que semeia, e pão ao que tem fome, também vos suprirá e multiplicará a semente e fará desenvolver os frutos da vossa fidelidade”.
Apesar de ser um sacerdote religioso, ele afirma que as doações que faz não foram motivadas e nem estão agregadas à sua vida religiosa, e que as doações começaram antes mesmo de sua conversão. Semanalmente, Souza doa cerca de 1200 pães dos mais diferentes tipos ao Mesa Brasil, programa assistencial do Serviço Social do Comércio (SESC) que funciona como um banco de alimentos contra a fome e o desperdício.
– Esse trabalho eu já faço há dez anos, dois antes de ser evangélico. O que me deixa gratificado é saber que o projeto Mesa Brasil trabalha com pessoas carentes e mais necessitadas e que a gente contribui para isso. Não é uma troca com Deus. Ele já tem me dado tanta coisa boa desde que eu nasci. Se você ajuda de coração não fica preocupado em ter retornos, embora Deus não deixe de lhe abençoar sempre, ajudando ou não – afirma o pastor.
– Tudo neste mundo gira em torno da palavra amor, que para muitos é um sentimento esquecido. Se nós amássemos mais o próximo, se nos preocupássemos mais com as pessoas, o mundo seria bem melhor. Nem precisa fazer o bem, o importante é não fazer o mal. Só isso já mudaria muito. E sempre procurar olhar as pessoas com o espírito de igualdade. Também não fazer o uso desproporcional de suas riquezas e seus valores. Lembro de uma frase do Neymar de Barros: ‘Como pode duas pessoas tão diferentes morrerem pelo mesmo problema. Um preocupado por ter tanto e outro, por não ter nada’. Quem tem muito, se preocupa, com medo de perder. Que igualdade é essa que nós pregamos, se ao nosso lado existem pessoas sofrendo por falta de tudo – completou o pastor, segundo o site A Crítica.