A noção que muitos cristãos possuem sobre o que significar ter um relacionamento com Deus geralmente está focada na execução de práticas religiosas, como manter uma rotina de idas ao templo, se reunir em grupos para ler a Bíblia e fazer orações em horários específicos do dia. Entretanto, o pastor Francis Chan explica algo que vai além disso.
Chan fundou a Igreja Cornerstone, na Califórnia, Estados Unidos. Ela atualmente conta com cerca de 6 mil membros, mas um tempo atrás algo começou a incomodar o pastor. “Nós estávamos apenas olhando para as escrituras e vendo tantos mandamentos que não estávamos obedecendo como igreja”, disse ele.
Assim, após 15 anos de ministério na Califórnia, Chan largou tudo, vendeu sua casa, pegou sua esposa e filhos e foi atuar como missionário no exterior, indo para a Índia, Tailândia e China. Uma decisão radical que ele tomou para atender o que acreditava ser o propósito de Deus para a sua vida.
“Foi uma aventura incrível que aproximou a nossa família e nos ajudou a reorientar a missão”, disse o pastor, lembrando que a experiência lhe fez enxergar a vida cristã de forma diferente. Ele viu nesses países, onde os cristãos são perseguidos, que a realidade do Evangelho é marcada por lutas e desafios constantes.
Chan entendeu que a maior parte da Bíblia, na verdade, ensina sobre dificuldades, desafiando o cristão a cumprir sua missão de evangelizar e assumir uma postura que faça diferença onde quer que esteja.
“Suas palavras [da Bíblia] não farão você se sentir confortável e acolhedor. Elas desestabilizam, provocam e desafiam. Uma das piores coisas que pode acontecer [ao cristão] é ter uma vida que seja fácil e confortável”, disse ele.
“Nós estávamos na Índia e nos encontramos e vimos a Igreja perseguida e tudo o que eles suportaram. Nós estávamos com órfãos na Tailândia cuidando deles. E o tempo todo estávamos vendo simplesmente a pureza da fé”, lembra o pastor.
Chan voltou aos Estados Unidos, retomou seu ministério na igreja e escreveu um novo livro, chamado “Cartas à Igreja”, onde ele questiona a forma como as denominações têm formado os cristãos, preparando-os para viver dentro dos templos, ao invés de ir para às ruas testemunhar o amor de Cristo.
“Em vez de produzir missionários poderosos e destemidos que vão até os confins da terra, ficamos com jovens de trinta e poucos anos que vivem com seus pais”, conclui o pastor, segundo o Premier Christian.