Um pastor e outros quatro líderes de uma igreja no Laos foram condenados na semana passada após serem acusados de atuarem como “médicos ilegais”. A acusação foi feita porque eles oraram por uma mulher doente que mais tarde veio a falecer.
O Laos é um país de liberdade religiosa restrita, de maioria budista, e conhecido pela perseguição a cristãos, que somam 3,4% da população. O Tribunal Popular da Província de Savannakhet condenou os cinco cristãos no dia 12 de fevereiro.
A sentença imposta foram nove meses de cadeia, além de uma multa de 500.000 kips, o equivalente a R$ 186,00, segundo informações do Morning Star News. Além disso, os réus devem pagar em conjunto 20 milhões de kips (aproximadamente R$ 7.300,00) por danos emocionais e de despesas de funeral à família da falecida.
A mulher que morreu, identificada apenas como Chansee, estava doente há dois anos com uma condição desconhecida. Vários tipos de curandeiros e médicos na aldeia a tinham tratado sem sucesso, informaram testemunhas a um representante do Observatório de Direitos Humanos e da Liberdade Religiosa de Laos.
“Sem provar que os cinco cristãos tinham intenção maliciosa ou que a sua ação de oração era para causar a morte, o tribunal abusou da lei”, disse o representante da entidade de direitos humanos. “Os fatos precisam ser levados em tribunal, e a prisão e condenação foi para impedir os cristãos de difundir a fé cristã”, acrescentou.
Chansee, que havia colocado sua fé em Cristo no dia 19 de junho de 2014, pediu a oração dos líderes cristãos, que oraram por ela durante dois dias, de acordo com registros do tribunal. Quando sua condição não melhorou, os cristãos a levaram ao Hospital Utumphone District, onde ela foi tratada por um médico licenciado.
Em 21 de junho, ela solicitou a alta do hospital para que ela pudesse morrer em casa, e quando chegou na residência, ela já tinha morrido. “Os funcionários do Ministério da Saúde não foram chamados pelo Tribunal Popular para dar opinião sobre se a oração por enfermos sem o uso de drogas ou remédios pode ser feita sem o acompanhamento ou autorização do governo. Em segundo lugar, não foi provado que a oração foi a causa da morte”, concluiu.