Um pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus teve sua prisão decretada por suspeita de liderar uma quadrilha que fazia assaltos a outras igrejas evangélicas do litoral e interior de São Paulo. A Polícia prendeu um acusado, mas o chamado pastor está foragido.
A Polícia Civil de Cubatão, litoral paulista, considera o pastor Givanildo Borges, da filial da Igreja Mundial do Poder de Deus na Vila dos Pescadores, o líder da quadrilha.
Os bandidos iam a igrejas com carros roubados, próximo ao final do culto, pediam oração e depois de avaliar os bens, roubavam dízimos, ofertas e objetos, além de tomarem pertences dos fiéis.
As investigações começaram em abril, quando a quadrilha assaltou uma igreja em Cubatão, segundo informações do G1. O delegado Antonio Messias, titular da cidade, liderou a equipe de investigadores que descobriu detalhes da atuação da quadrilha.
“Eles escolhiam a igreja, chegavam no fim do culto evangélico, com veículos roubados ou furtados, e esperavam o local esvaziar. O pastor entrava na igreja com alguns fiéis, que ficavam organizando a igreja após o culto. Esse pastor entrava, se dirigia ao pastor do local e pedia uma bênção, dizia que estava com problemas, fazia uma oração e aproveitava para fazer uma verificação do ambiente, ver onde havia objetos de valor”, explicou o delegado.
De acordo com Messias, após essa oração, Givanildo Borges se encontrava com os comparsas e repassava as informações relevantes, voltavam à igreja e concluíam o assalto. Os veículos roubados também eram usados na fuga.
Com todas as informações sobre o modus operandi dos bandidos, a Polícia solicitou a prisão temporária dos envolvidos, e a Justiça aceitou. O pastor e seus comparsas, Felipe Marcolino dos Santos, conhecido como “Vovô”; Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o “Chuchu”, são considerados foragidos. Um quarto marginal, Guilherme Augusto da Silva Júnior, o “Didi”, já foi preso.
Além de assaltar as igrejas evangélicas de Cubatão, a quadrilha efetuou roubos em outras cidades do estado, como Peruíbe, São Roque, Cubatão, Guarujá e Mongaguá, sendo um na própria Igreja Mundial e cinco na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
“Em São Roque, foi em uma Igreja Mundial, a mesma rede onde ele trabalhava. Quando abordaram os fiéis, um deles era guarda municipal e estava com uma arma. Quando eles descobriram, pegaram a arma e apontaram para ele, mas, por sorte, a arma não disparou, falhou. Eles agrediram o guarda, que ficou três dias internado e está afastado até hoje. Eles agem com muita violência contra os fiéis e andam armados”, relatou o delegado.
Conforme ganhou entrosamento, a quadrilha também efetuou um roubo a uma empresa de produtos eletrônicos em Santos e a uma casa em Bertioga. No rastro dos bandidos, os investigadores fizeram uma busca no quarto usado por Borges no templo da Igreja Mundial, e apesar de não terem encontrado o pastor, descobriram que cinco notebooks roubados da empresa de eletrônicos estavam sendo guardados lá.
A Igreja Mundial, através do diretor jurídico Rodrigo Braga, comentou o caso dizendo que “por enquanto, não tem informações concretas e reais que possam condenar o rapaz”, e que ele foi desligado do corpo de pastores por se ausentar dos cultos.
“Há cerca de um mês, aproximadamente, esse então pastor abandonou a igreja. Foi quando tomamos conhecimento de que ele estava foragido, diante da acusação de integrar essa quadrilha que furtava as igrejas. Após o sumiço, houve o desligamento dele como pastor, mas não temos nenhuma informação concreta do paradeiro”, concluiu Braga.