O Diário Oficial da União publicou minutos atrás a exoneração do pastor Milton Ribeiro do cargo de ministro da Educação. A decisão do governo partiu de uma iniciativa do próprio líder religioso, que também é jurista com larga experiência e formação, após a repercussão negativa de acusações envolvendo a sua pasta.
“Desde o dia 21 de março, minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia, foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação”, disse o pastor em uma carta anunciando a sua renúncia.
Conforme o Gospel Mais já havia noticiado, Milton Ribeiro vinha sendo pressionado até por colegas de ministério aliados do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, usou a sua rede social nesta segunda-feira para pedir a exoneração do colega “para nunca mais voltar”.
“NÃO SOMOS COMO O PT!”, postou Malafaia em caixa alta. “Queremos investigação total sobre a questão de pastores lobistas no MEC. Investigue ministro e pastores. Quem protege e defende seu pessoal corrupto e ladrão é o PT. Mais de 200 mil pastores evangélicos brasileiros, não serão manchados por 2 ou 3.”
Acusações
As acusações contra Milton Ribeiro surgiram após o vazamento de áudios em que ele sugere dar prioridade no repasse de recursos do MEC aos pedidos de pastores aliados ao presidente da República. O pastor chegou a dizer que o próprio Bolsonaro teria lhe orientado nesse sentido.
Durante uma entrevista para a rede Jovem Pan, Ribeiro tentou se justificar, dizendo que a sua fala foi mal interpretada, pois se trataria apenas de um linguajar informal em conversas com aliados, como uma espécie de demonstrativo de boa vontade, mas não de favorecimento em sentido prático.
Em sua carta de renúncia, o pastor disse que tomou a atitude de renunciar “com o coração partido, de um inocente que quer mostrar a todo o custo a verdade das coisas, porém que sabe que a verdade requer tempo.”
“Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais”, disse o pastor.
Milton Ribeiro também deu a entender que pretende retornar ao cargo de ministro da Educação, tendo em vista que o presidente Jair Bolsonaro creditou total confiança em sua pessoa, chegando a dizer que colocaria a “cara no fogo” por ele.
“Assim sendo, não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil, mas vitoriosa caminhada”, conclui Ribeiro.