A visita de pastores ao presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira, 05 de junho, foi amplamente repercutida na imprensa com destaque para as orações feitas em favor da harmonia entre os três poderes da República.
O grupo, liderado pelo pastor Silas Malafaia, contou com a presença de figuras como o missionário R. R. Soares, os apóstolos Estevam Hernandes e Renê Terra-Nova, e os bispos Eduardo Bravo, da Igreja Universal, e Abner Ferreira, da Assembleia de Deus Madureira, entre outros.
“Isso aqui não é nenhum programa, é uma questão espiritual em favor da nossa nação”, disse Malafaia, que veiculou o encontro através de suas redes sociais.
A respeito das manifestações do grupo autodenominado “antifascista”, Malafaia opinou que não são representativas da população: “O povo brasileiro é um povo pacífico, não é povo de quebra-quebra, nem de baderna. A marca do povo brasileiro é o povo do verde e amarelo […] Esse país não vai ser Venezuela, não vai ser destruído por ninguém. Esse país não vai falir”, declarou.
Referindo-se à nação, Malafaia afirmou ainda que Deus irá revelar “todos os planos escondidos” arquitetados pelos “inimigos da nação” e que eles vão ser “envergonhados e cair por terra”. Em seguida, profetizou que virão “tempos de paz e prosperidade” e rechaçou a ideia de uma intervenção militar: “Temos uma arma que o Exército não tem, que a Polícia Militar não tem, nós temos o poder da oração”.
O missionário R. R. Soares seguiu a mesma linha: “O Senhor colocou o presidente Bolsonaro para ser pastor aqui durante quatro anos […] Oramos para que todo o Brasil entre num acordo. Amarramos todas as forças espirituais contrárias à Tua vontade”, orou o líder da Igreja Internacional da Graça de Deus.
Ao final, o presidente fez um breve discurso, relembrando o atentado contra sua vida e a eleição para o principal cargo do país como demonstrações de que há ações sobrenaturais em sua vida: “Estamos aqui porque acreditamos no Brasil e porque cremos em Deus. Esse povo cristão, que nos alimenta através da fé, apenas traz para todos nós que os obstáculos serão vencidos. Vocês pelas suas pregações, pelas maneiras que conduzem a fé”, disse Bolsonaro.
“Deus, pátria, família. Eu acredito em milagre, tive o primeiro em setembro de 2018, e depois em outubro, que foi quase um milagre uma eleição de quem quase nada tinha levando-se em conta a forma tradicional que se fazia política. Nós tínhamos mais do que o povo ao nosso lado, tínhamos aquele que nos colocou na Terra. E mais do que nunca agora, a fé de todos nós conduzirá o Brasil a um porto seguro”, declarou.
Na CBN, emissora de rádio do Grupo Globo, a repercussão do encontro de oração com os pastores veio acompanhada de crítica por conta da laicidade do Estado, que supostamente teria sido ferida com a presença de evangélicos no Palácio do Planalto.
‘Heróis da fé’
No dia seguinte ao encontro de oração dos pastores, Silas Malafaia acompanhou Bolsonaro em uma operação da Polícia Rodoviária Federal numa rodovia em Formosa (GO), e testemunhou manifestações de apoio ao presidente por parte dos motoristas que por lá trafegavam.
No vídeo compartilhado em seu canal no YouTube, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) flagrou o momento em que uma senhora, acompanhada do filho, pediu para tirar fotos com o presidente e disse que orava e torcia por ele.
“Um dia eu sonhei com o senhor. Lembre de Gideão, lembre de Moisés, lembre de todos os heróis da fé. O mundo ora pelo senhor. Eu só estou aqui porque o senhor é o único presidente que eu torço. Lembre de todos os heróis da fé, nós estamos com o senhor”, disse a mulher, abraçando Bolsonaro.