A volta de Jesus Cristo não pode ser acelerada. Essa é a compreensão da maioria dos pastores protestantes que foram entrevistados em uma pesquisa sobre o tema. Esses líderes cristãos entendem que a realização de campanhas de evangelismo, mesmo a nível global, não fará com que a segunda vinda se realize “mais rápido”.
O instituto Lifeway Research entrevistou 1.000 pastores e divulgou o relatório do levantamento na última terça-feira, 14 de janeiro. O documento aponta que 80% dos sacerdotes entendem que nada que os cristãos façam no campo político vai influenciar no tempo de Deus para a volta de Jesus.
No grupo de pastores entrevistados, apenas 12% disseram entender que “os cristãos podem acelerar o retorno de Cristo apoiando mudanças geopolíticas mencionadas na Bíblia”. Outros 8% afirmaram que não têm uma opinião formada sobre o assunto.
Segundo informações do portal Christian Headlines, essa visão sobre o assunto difere pouco quando se avaliam as respostas pelo corte denominacional. Pentecostais e reformados tendem a enxergar o assunto de maneira semelhante.
No entanto, há uma certa diferença de opinião se o corte da pesquisa for feito por etnia: 20% dos pastores que se identificaram como negros entendem que os cristãos podem acelerar a volta de Jesus Cristo, enquanto apenas 11% dos brancos vejam dessa forma. Entre pastores não-brancos e não-negros – como latinos, por exemplo -, 22% concordaram com essa hipótese.
Dentre os pastores com 65 anos ou mais a opinião de que é possível acelerar o evento é mais comum: 16% acreditam que é possível, enquanto apenas 9% dos sacerdotes com idades entre 18 e 44 anos.
“Embora as Escrituras digam especificamente que não podemos saber o dia ou a hora do retorno de Jesus Cristo, estávamos interessados nas opiniões dos pastores sobre se os cristãos podem ter algum papel em fazer esse retorno [ocorrer] mais cedo”, disse Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay Research, ao explicar o propósito da pesquisa.
”A grande maioria dos pastores não vê profecias bíblicas sobre mudanças futuras entre as nações como um roteiro para advogar um envolvimento internacional específico”, acrescentou McConnell.
Por outro lado, há mais pastores acreditando que o cumprimento da Grande Comissão por parte dos fiéis, em atividades evangelísticas e cruzadas, pode ser um fator de adiantamento da segunda vinda. 44% dos entrevistados disseram que “os cristãos podem acelerar o retorno de Cristo ajudando a compartilhar o Evangelho com todos os grupos de pessoas”.
“A Grande Comissão foi uma tarefa que Jesus deu a seus seguidores enquanto Ele estivesse fora”, contextualizou McConnell. “Quatro em cada dez pastores acreditam que o ritmo de compartilhar a mensagem do que Jesus fez impactará o momento para o retorno de Cristo. Presumivelmente, muitos daqueles que discordam afirmaram que há exclusivamente o controle divino sobre a volta de Cristo”, declarou o diretor do instituto LifeWay Research.