O presidente Jair Bolsonaro recuou da proposta de criar um subsídio para conta de luz dos templos religiosos. A ideia inicial era oferecer uma forma de reduzir o custo para as igrejas, já que no horário em que os cultos são realizados, a cobrança é maior.
Para que o governo não tivesse que tirar verba de outras áreas de investimento, seria necessário repassar esse custo – que pode ser 300% maior nos horários dos cultos – a outros consumidores. As críticas feitas ao governo por opositores e especialistas no setor energético podem ter levado o presidente a recuar.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, comentou que apesar de haver uma “diretriz geral” de redução de benefícios fiscais, novos subsídios poderão ser criados, se forem considerados “meritórios” pelo governo.
“Governar é definir quais prioridades serão dadas. Para a criação de um novo gasto tributário, sempre é preciso haver compensação”, afirmou Rodrigues.
Entretanto, o governo concluiu que esse subsídio à conta de luz seria inviável, e comunicou isso aos representantes da bancada evangélica diretamente.
“Conversei hoje com o [deputado federal] Silas Câmara [Republicanos-AM] sobre isso. Trouxe a proposta dele. Estava o [missionário] R.R. Soares também. O repasse é mínimo na ponta da linha, mas a política da Economia é não ter mais subsídios, e falei com eles que está suspensa qualquer negociação nesse sentido”, declarou o presidente.
A decisão foi tomada após Bolsonaro consultar a equipe econômica e também se reunir com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na sede do ministério.