A figura de Jesus movimenta os crentes em direção á fé, e os incrédulos, em direção aos estudos e pesquisas, seja para comprovar sua existência, ou em busca de provas que desmascarem a narrativa bíblica. Agora, cientistas europeus querem clonar Jesus a partir do DNA de João Batista.
O geneticista George Busby, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, publicou um artigo em que garante que um grupo de cientistas está muito próximo de conseguir amostras de DNA de Jesus e, assim, tornar a clonagem possível.
A busca dos pesquisadores é pela ossada de João Batista, primo de Jesus, e eles contam com o trabalho dos arqueólogos búlgaros Kazimir Popkonstantinov e Rossina Kostova, que alegam ter encontrado parte do esqueleto em uma escavação em uma antiga igreja em Sveti Ivan, uma ilha no Mar Negro.
No texto, publicado na revista acadêmica The Conversation, Busby afirma que se for comprovado que os restos mortais pertencem a João Batista, será possível obter material que viabilizaria a clonagem de Jesus.
“Eu fiquei interessado nas análises de DNA que podem nos dizer muito sobre esses ossos. Quando Kasimir abriu mais tarde o relicário, ele encontrou cinco fragmentos de ossos. O epitáfio encontrado na caixa menor era provavelmente usado para carregar os ossos de quando ele estava viajando e são as pistas chave da evidência que leva ele a acreditar que os ossos podem ser de São João Batista”, comentou Busby.
A proposta da clonagem de Jesus não é nova, apenas o método proposto. Cientistas já especularam usar o santo sudário, tecido que teria sangue de Jesus, mas a Igreja Católica recusou. Agora, os avanços da ciência permitem que se tenha acesso à sequência de DNA de centenas de pessoas que viveram séculos atrás.
Como comprovar se os ossos encontrados são de João Batista? Busby não tem a resposta definitiva, mas diz que os pesquisadores estão otimistas com o que descobriram até agora. “Esse achado é extremamente importante, parte porque João Batista era tanto discípulo de Jesus quanto seu primo, significando que eles podem compartilhar DNA”.
O projeto do qual George Busby foi tema de um documentário produzido pelo History Channel, chamado The Jesus Strand, que foi ao ar nos Estados Unidos ontem, 16 de abril. O filme mostra que outros cientistas apoiam a metodologia escolhida para o sequenciamento do DNA, e também depoimentos de pesquisadores que extraíram amostras de DNA do santo sudário para pesquisas, e não clonagem.
O documentário também mostra a equipe que trabalha no sequenciamento do DNA de um ossuário que seria de Tiago, irmão de Jesus. Os restos mortais foram encontrados com uma pedra do primeiro século, mas há controversas em torno do achado, já que não existem provas definitivas de que sejam realmente de Tiago.
Nesse ambiente de incertezas, George Busby se mantém convicto: “Vamos supor que a contaminação poderia ser completamente descartada e que uma análise demonstrasse que o DNA do Sudário tem uma correspondência familiar com o DNA do Ossuário de Tiago e que ambos estão relacionados com os ossos achados pelos búlgaros. Não teríamos então o DNA de Jesus e de sua família?”, questionou no texto.