O pastor Silas Malafaia está no centro de uma investigação da Procuradoria-Geral da República por ter tido sua identidade usada por um falsário para fazer denúncias ao Ministério Público Federal contra políticos com foro privilegiado.
A PGR está investigando o autor das denúncias, que poderá ser denunciado à Justiça por falsidade ideológica, já que ele usou a identidade do pastor presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) para denunciar autoridades ao MPF.
A identidade do investigado está sendo mantida em sigilo, e até o momento, a PGR já identificou ao menos seis notícias de fato ao MPF que foram feitas pelo falsário.
De acordo com informações do portal Metrópoles, as denuncias feitas ao órgãos da atividade-fim do Ministério Público Federal chegaram às procuradorias. O procurador-geral da República, Augusto Aras, comentou o caso dizendo que as acusações têm como alvo condutas, em tese, criminosas, praticadas por autoridades com foro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Assim como o falsário, os denunciados também tiveram suas identidades e as acusações dos supostos crimes mantidas em sigilo. O escopo de autoridades com foro no STF são o presidente da República, seu vice, ministros de Estado, deputados federais, senadores, comandantes das Forças Armadas e ministros do próprio STF.
Aras acrescentou que o falsário está sobrecarregando os servidores da PGR, e relatou à ministra Cármen Lúcia, do STF, que entre janeiro e novembro deste ano ao menos 412 representações criminais foram enviadas à procuradoria e tratadas com priorização da adoção de diligências preliminares antes de serem arquivadas ou transformadas em inquéritos.
“Essas representações, de volume inegavelmente expressivo, são processadas como notícias de fato na Procuradoria-Geral da República justamente para funcionarem como uma espécie de purificador e de anteparo à Corte Constitucional, a fim de não sobrecarregar a já pesada estrutura investigativa do Supremo Tribunal Federal, evitando-se que centenas de representações, algumas apócrifas, desconexas e/ou infundadas, aterrizem direta e desnecessariamente no campo da supervisão judicial da Suprema Corte”, explicou Aras.
Em 2020, esse quantitativo alcançou número superior a 1 mil representações criminais, acrescentou Aras.
Magno Malta
O ex-senador Magno Malta, amigo pessoal de Silas Malafaia e do presidente Jair Bolsonaro, comentou o caso em sua conta no Instagram, afirmando que a iniciativa do falsário visa prejudicar o pastor da ADVEC:
“Um calhorda tentando se passar pelo pastor Silas Malafaia, denunciando autoridades com foro no Supremo Tribunal Federal. Meu pedido é que oremos pelo pastor Silas Malafaia para que Deus dê a ele coragem para continuar lutando. […] Malafaia está passando por isso por falar o que fala, por ser amigo do presidente Bolsonaro, e por defender os nossos valores”, declarou o ex-senador.
Embora a identidade do suspeito esteja sendo mantida em sigilo, Malta afirmou que em breve o nome virá a público: “Já já nós vamos saber quem é esse vagabundo”.
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