A Igreja Mundial do Poder de Deus é alvo de uma investigação de charlatanismo na cidade de Ribeirão do Pinhal, no Paraná. A polícia local está fazendo um levantamento baseada na denúncia de um jovem que reclama de uso indevido de sua imagem.
Danilo Messias, 24 anos, perdeu os movimentos dos braços e pernas num acidente há seis anos, e recentemente sofreu com uma alergia, diagnosticada por um dermatologista, devido à poeira produzida uma reforma em sua casa.
O médico especialista receitou injeções e pomadas para o tratamento das manchas, e embora a família viesse seguindo as prescrições médicas, um membro da família, fiel da Mundial, sugeriu que Danilo recebesse o pastor da igreja para uma oração.
Ao visitar o rapaz, o pastor – que não teve o nome revelado – teria orado pela recuperação de Danilo e dito que ele se recuperaria da “lebra” e voltaria a ter os movimentos de braços e pernas. Segundo uma testemunha que não pertence à família de Danilo, o pastor teria pedido permissão para tirar fotos do rapaz e levar de lembrança, pois no exercício de seu ministério, muda com frequência de cidade.
De acordo com informações do Portal JNN, na sequência do tratamento médico o rapaz se livrou das manchas, e ao saber da recuperação do rapaz, o pastor teria voltado à residência e pedido para tirar novas fotos.
A reclamação de Danilo e de sua família vem do fato que dias após a segunda visita, fiéis da Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, passaram a distribuir panfletos convidando a população de Ribeirão do Pinhal para uma concentração de fé e milagres no Centro Cultural da cidade. No folheto, supostamente teriam sido usadas fotos das manchas de Danilo antes e depois do tratamento: “Nunca autorizei o uso de minha imagem pela Igreja”, afirmou o rapaz em depoimento ao delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho.
O pai de Danilo, Amadeu Messias, revelou ao delegado que após as visitas do pastor, chegou a frequentar cultos da Igreja Mundial e até colaborou com ofertas, “espontâneas” segundo ele.
O caso está sob investigação e o pastor nega ser o responsável pela distribuição dos panfletos. O delegado Carvalho afirma que “o Código Penal define charlatanismo como ‘inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível’, pena 3 meses a 1 ano de prisão, independente das sanções civis. O caso pode ainda configurar estelionato (artigo 171, caput, do Código Penal), caso alguém tenha depositado ofertas iludido com o pretenso milagre, mas tudo vai depender da produção de provas e que elas sejam confirmadas em juízo”, observou.
Confira abaixo, imagem do panfleto distribuído na cidade de Ribeirão do Pinhal:
Redação Gospel+