A luta pela liberdade religiosa não se restringe apenas à possibilidade de se reunir para realização de cultos: na Coreia do Sul, igrejas estão se mobilizando contra um projeto de lei que pretende proibir a pregação sobre a definição bíblica de casamento.
O Conselho das Igrejas Batistas do Sul da Coreia aprovou uma resolução opondo-se ao projeto de lei chamado “antidiscriminação”, que visa a proibição da pregação sobre a definição bíblica de casamento.
Com o tema “Reviva a paixão pela Grande Comissão”, o Conselho Coreano realizou uma reunião anual de três dias na Primeira Igreja Batista em Goodlettsville, Tennessee (EUA), com participação de quase 600 pessoas ligadas às 973 igrejas membros da organização.
Ao longo do encontro os delegados concordaram em transmitir sua objeção à proposta ao governo sul-coreano, que reapresentou o projeto em junho de 2020. O texto pretende proíbe a discriminação contra grupos ou indivíduos com base em sexo, raça, idade, deficiência, nacionalidade, identidade de gênero, opiniões políticas, religião e orientação sexual.
Também estipula que os infratores serão condenados a pagar 30 milhões de won (US$25 mil), o que não é uma multa ou penalidade, mas será gasto na implementação de “correções”, conforme informações do portal Christianity Daily.
Longa batalha
A proposta tem sido constantemente contestada por igrejas conservadoras do país por cerca de 20 anos, sustentando que a homossexualidade viola sua crença religiosa.
Durante uma reunião de oração em Seul no ano passado, as Igrejas Cristãs Unidas da Coréia (UCCK), um grupo protestante conservador, expressou sua forte oposição à aprovação da legislação.
“Um projeto de lei antidiscriminação foi proposto pelo Partido da Justiça na Assembleia Nacional e a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Coreia está recomendando a legislação das chamadas leis sobre igualdade… Diante da dura realidade, a coalizão e grupos de igrejas coreanas deram as mãos para realizar uma reunião de oração regular e formar uma comissão sobre o assunto para que eles possam lidar com a situação e se oporem à lei antidiscriminação, que cria uma outra discriminação”, declarou o UCCK em um comunicado.
“Durante a reunião de oração em todo o país, nos posicionaremos contra o movimento em direção à legislação e às organizações que criticam nossa comunidade eclesial – que assumiu a liderança para proteger os fracos e melhorar os direitos humanos e a igualdade na Península Coreana nos últimos 130 anos – como se é contra a igualdade e visa apenas os seus interesses. Continuaremos a fazer esforços para retirar e purificar a legislação antidiscriminação que tem algumas intenções ocultas e é antissocial e antiética”, acrescentou o grupo.
James Kang, o diretor executivo do Conselho Coreano, compartilhou que o grupo também criou uma resolução no ano passado para se opor à Lei da Igualdade da América sob o governo Biden, que poderia proibir a pregação bíblica sobre homossexualidade nos EUA.
O conselho solicitou que suas igrejas membros orassem e assinassem uma petição aos seus respectivos senadores, contestando o projeto.