O Irã vem prometendo vingança pela morte do general Qassem Soleimani e fez uma ameaça de destruir Israel como parte da retaliação. Além, disso prometeu reagir aos Estados Unidos, responsáveis pelo bombardeio que matou o extremista em Bagdá, Iraque.
Qassem Soleimani era um general da Guarda Revolucionária Islâmica, uma força paralela ao exército iraniano e comandante da Força Quds, uma divisão que atuava fora do Irã em operações militares clandestinas e acusada de manter relações com o grupo terrorista palestino Hamas.
O porta-voz da Guarda Revolucionária Islâmica afirmou que “há preparação para destruir Israel”, país vizinho considerado o principal aliado militar dos Estados Unidos na região. Em resposta, o país judeu colocou todo seu exército em prontidão para reagir a qualquer ação de agressão.
Soleimani morreu no ataque feito com drones dos Estados Unidos sob ordem do presidente Donald Trump. Com ele, o líder paramilitar iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis também foi morto, próximo ao aeroporto de Bagdá.
Em comunicado oficial, o Irã declarou que “o regime dos Estados Unidos será responsável pelas consequências dessa aventura criminosa” e que o país liderado por Trump “cometeu seu maior erro estratégico no Oriente Médio e não ficará livre das consequências desse erro”.
O Conselho Nacional de Segurança do Irã também afirmou que vai se vingar dos Estados Unidos “na hora certa e no lugar certo”, de acordo com informações da revista Exame.
Em maio de 2018 havia tensão entre Irã e Israel, causada pela decisão de Trump de abandonar o acordo nuclear com o regime teocrático islâmico que governa o Irã. Disparos de mísseis feitos pelo país contra Israel foram interceptados pelo exército israelense, que respondeu com bombardeios de alvos iranianos na Síria.
A animosidade entre os dois países é antiga, com reiteradas ameaças da parte do Irã de “varrer Israel do mapa”, o que só seria possível com o uso de bombas nucleares.
À época, Trump havia cumprido uma promessa de campanha ao retirar os EUA do acordo, sob o argumento de que os termos foram muito mal negociados por seu antecessor, Barack Obama, e que o acordo permitia que o Irã ficasse a apenas um passo da criação de bombas nucleares. Como medida prática, a decisão veio acompanhada de uma sanção econômica e uma promessa de ampliação das medidas aos países que ampliarem as relações com o Irã.
Benjamin Netanyahu, elogiou a postura de Trump na ocasião, afirmando que tratava-se de uma medida “corajosa”, e acusando o Irã de mentir sobre seu programa de armas nucleares: “O acordo teria permitido ao Irã enriquecer urânio suficiente para todo um arsenal de bombas nucleares”, disse o israelense.