Parlamentares evangélicos, entre senadores e deputados federais, se reuniram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para cobrar o agendamento da sabatina do pastor André Mendonça na CCJ do Senado.
Os parlamentares foram recebidos na residência oficial da presidência do Senado, e estiveram acompanhados de lideranças evangélicas, como o bispo Abner Ferreira, que apoiam a indicação de Mendonça ao STF.
Uma das preocupações do grupo evangélico era esclarecer com Pacheco os rumores de que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) ainda não agendou a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por, supostamente, estar atuando nos bastidores para assegurar a derrota de Mendonça.
O jornal Folha de S. Paulo noticiou que Alcolumbre teria dito a aliados que só agendará a sabatina “quando tiver a certeza de que o nome do ex-ministro de Jair Bolsonaro será derrotado”.
O próprio presidente da República recebeu lideranças evangélicas no Palácio do Planalto na tarde da última quarta-feira, 15 de setembro, e de acordo com o pastor Silas Malafaia, que esteve na reunião, afirmou que o nome de Mendonça será mantido e que não há “segunda opção”.
Malafaia acrescentou ainda que, na reunião feita horas antes com o presidente do Senado, ele teria garantido que iria ajudar a negociação em torno do nome de Mendonça: “[Pacheco] vai falar com o Alcolumbre, vai pautar para resolver logo essa história”, disse o pastor da ADVEC.
Estiveram presentes nas reuniões o bispo Abner Ferreira, o pastor Samuel Câmara, os apóstolos Estevam Hernandes, Cesar Augusto e Renê Terra Nova, e os bispos Robson Rodovalho e JB, entre outros.
Os senadores Carlos Viana, Flávio Bolsonaro e Eliziane Gama, e os deputados Cezinha de Madureira e Abílio Santana, membros da Frente Parlamentar Evangélica, também participaram do encontro.
Sem recuar
A hipótese de desistir da indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF não passa pela cabeça de André Mendonça, mesmo após quase dois meses desde que o mandatário anunciou seu nome.
O pastor afirmou que é “zero vezes zero” a chance de recuar na articulação para garantir os 41 votos necessários para se tornar ministro da Corte constitucional.
O próprio presidente do Senado afirmou que não conhece as razões pelas quais Alcolumbre ainda não marcou data para a sabatina do jurista “terrivelmente evangélico”, segundo informações do portal Último Segundo.
“Recebi [na quarta-feira] líderes evangélicos de todo o país, com senadores da bancada evangélica. Trataram a respeito da indicação do ministro André Mendonca. Acho que estamos num bom caminho para exaurir esse assunto com a sabatina do ministro André Mendonça. Conversarei com o presidente Davi Alcolumbre, obviamente respeitando a autoridade dele como presidente da CCJ, mas sempre faremos a ponderação do melhor caminho, de consenso, para poder resolvermos essa questão”, declarou o presidente do Senado.