Após a vitória do marido nas eleições presidenciais, a primeira-dama Michelle Bolsonaro concedeu algumas entrevistas e afirmou que pretendia atuar fortemente em ações sociais. Um de seus primeiros gestos, ainda durante a campanha, foi a inclusão de um intérprete de LIBRAS durante os discursos e transmissões ao vivo feitas nas redes sociais.
Agora, já situada sobre os bastidores do poder em Brasília, Michelle Bolsonaro realizou sua primeira viagem oficial como primeira-dama, para visitar projetos sociais no Nordeste. Fotos de sua visita à cidade de Campina Grande (PB) vêm circulando nas redes sociais e emocionando milhões de pessoas.
Michelle visitou um projeto que se dedica a dar assistência a pessoas com doenças raras. Esse tema já havia sido abordado durante uma sessão solene da Câmara dos Deputados, em fevereiro, quando a primeira-dama discursou e convocou as partes da sociedade que podem atuar de forma decisiva nessas questões, como indústrias farmacêuticas, pesquisadores e profissionais de saúde, além, é claro, dos parlamentares.
“Estou certa de que os pilares da pesquisa, das políticas públicas e da solidariedade social para abordar as enfermidades raras são decisivos em outros três eixos fundamentais de ação: diagnóstico precoce, acesso a tratamento continuado e a reabilitação”, afirmou na ocasião.
Na última terça-feira, 02 de abril, Michelle não conseguiu segurar a emoção ao encontrar-se com um jovem de 21 anos, chamado Leryston Matheus, conhecido também como Leleu Guerreiro, que sofre de Epidermólise bolhosa, uma doença rara e grave que afeta o tecido conjuntivo, causando hipersensibilidade na pele e na mucosa, com formação de bolhas, e ainda sem cura.
A visita de Michelle Bolsonaro ao projeto social foi repercutida pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, no Twitter: “Esta é a nossa primeira-dama Michele que larga o conforto do palácio e vai lá para o nordeste, sem nenhuma publicidade, só para abraçar e se emocionar com crianças com doenças raras. Esta [imagem] diz tudo”, escreveu.
Ainda sobre a situação, a primeira-dama afirmou na Câmara que as doenças raras “ameaçam a vida de seus portadores”, e por isso, merecem que o Estado se mobilize para ajudar quem enfrenta enfermidades complexas: “Essas enfermidades alteram a qualidade de vida não só dos pacientes, mas de toda família, causando dor e sofrimento para os raros e seus cuidadores”, disse, de acordo com informações da Agência Brasil.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica uma doença como rara quando até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos são afetados. Atualmente, estima-se que existam quase oito mil doenças raras no mundo. No Brasil, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) aponta que essas doenças afetam em torno de 13 milhões de pessoas. Cerca de 80% é de origem genética, enquanto as demais têm causas infecciosas, virais ou degenerativas.
Propósito
Em novembro, Michelle Bolsonaro concedeu uma entrevista e afirmou que iria dedicar seu tempo como primeira-dama do Brasil para atuar de maneira a alcançar pessoas em situação de vulnerabilidade.
Na ocasião, ela revelou que quando se deu conta de que o marido realmente se arriscaria na disputa pela presidência, fez um trato com Deus: “Eu disse: se o Senhor permitir que o meu marido comande essa nação, eu quero fazer a diferença, porque essas são as palavras dele [Bolsonaro] também. Se não for pra fazer a diferença, que o Senhor não permita”, compartilhou.
“Onde a gente entrar, a Palavra do Senhor vai transformar vidas, e o Senhor vai se fazer presente. E eu já estou vendo isso acontecer, porque o que tem de ONG internacional me ligando… Eu já tive reuniões com ONGs do Canadá. Assim: ‘Eu quero cavar os poços artesianos’; ‘Eu quero te ajudar’; ‘Eu quero traduzir a Bíblia para LIBRAS para os surdos’. Você não tem noção, a gente está se contendo”, declarou na ocasião, revelando a repercussão de suas afirmações às emissoras de TV logo após a vitória do marido nas urnas sobre seus planos de ação. “Foi Ele que nos escolheu, e Ele vai nos capacitar para isso”, concluiu.