A visita feita a Jerusalém pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi amplamente coberta pela imprensa brasileira, em tom crítico, por conta da histórica rivalidade dos israelenses com o povo palestino e as demais nações árabes. Dentre as principais críticas está a menção à possibilidade de que as nações do Oriente Médio deixem de fazer negócios com o Brasil devido à aproximação com Israel.
Nesse contexto, o pastor Silas Malafaia publicou um vídeo pontuando os motivos que tornam a postura do presidente, em relação a Israel, correta. Na mesma gravação, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) destaca que o apoio do meio evangélico ao país liderado por Benjamin Netanyahu se dá por uma promessa de benção, e não por motivos escatológicos.
“Eu quero fazer um esclarecimento, porque eu fico vendo jornalista falar bobagem. A maioria dos evangélicos apoia Israel (não tem nada a ver com escatologia, porque Jesus vai voltar) [por conta da] promessa feita a Abraão em Gênesis 12: ‘Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem’”, explicou Malafaia.
O pastor destacou que as motivações do presidente são diferentes das motivações inspiradas na fé dos evangélicos, e que a decisão de se aliar a Israel, da mesma forma como os Estados Unidos fizeram a partir da posse do presidente Donald Trump, tem a ver com lógica.
“Quero fazer uma análise que você não vê a turma da imprensa fazer. Israel possui a maior tecnologia do mundo em irrigação e tratamento de água. Eu já fui a Israel mais de 20 vezes. Uma das coisas mais incríveis é o deserto de Neguev. É um deserto de pedra, que não chove. Israel importou terra, colocou sobre o Neguev, trouxe água do mediterrâneo, tratou e fez com que parte do Neguev virasse um pomar”, contextualizou o líder pentecostal.
“O semiárido do Nordeste é pomar em relação ao deserto do Neguev. Olha o que o Brasil tem a ganhar. Pare para pensar. O povo sofrido do Nordeste, enganado por político o tempo todo, inclusive pelo filho da terra, Lula, que em 14 anos não fizeram transposição do [rio] São Francisco. Imagina se Israel colocar sua tecnologia de irrigação e tratamento de água no Nordeste? Minha gente, o Brasil, que já é uma potência agrícola, agronegócio gigante, vai transformar em algo extraordinário”, acrescentou.
Malafaia destacou ainda que a tecnologia israelense de irrigação é tão eficaz que permite ao país, que tem uma pequena extensão territorial, ter a agricultura como uma de suas principais fontes de recursos. “Os três produtos mais importantes da renda, do PIB de Israel [são]: a lapidação do diamante, o turismo e a agricultura. Israel exporta bilhões de dólares em agricultura. Um país que não é nem do tamanho de Sergipe. Vocês já imaginaram se transformar o Nordeste num pomar? Nós vamos ganhar muito mais do que vendendo carne para país árabe”, disse.
Silas Malafaia se referiu à exportação de carne halal para as nações árabes. O Brasil é o maior produtor desse tipo de carne, que tem como característica uma série de regras na criação do gado, assim como das aves, e também para o abate. Essas regras são valiosas para a religião islâmica, e não são todos os países produtores que têm condições de cumpri-las.
“Eu não estou aqui menosprezando isso. Mas não vai ser nada [em comparação]. Nós temos muito mais a ganhar com Israel do que menosprezando”, afirmou o pastor.
Sobre a principal polêmica, Malafaia declarou que mais uma vez Bolsonaro acertou: “E outra: reconhecer Jerusalém. Quem fundou Jerusalém foi o rei Davi. Em mais de três mil anos de história sempre foi a eterna capital de Israel. Nunca foi capital de Estado árabe. Vamos deixar de falácia. Eu fiquei rindo [da] imprensa criticando porque Bolsonaro foi no Muro das Lamentações. Que muro é aquele? Aquilo é território palestino? Aquilo é o Muro do Templo dos judeus. Vamos deixar de conversa!”.
“Bolsonaro está certo em respeitar a soberania de uma nação. E o Brasil não vai se encurvar a ameaça nenhuma. Nós temos muito, muito a ganhar com acordos com Israel. Muito mais do que vender frango para países árabes”, finalizou.
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