A oposição ao aborto vem se tornando, cada vez mais, uma tarefa que demanda coragem e disposição de enfrentar a patrulha progressista. Um grupo de manifestantes pró-vida que pleiteava orar, silenciosamente, em frente a uma clínica foi proibido pela Justiça.
A clínica na cidade de Karlsruhe, no sudoeste da Alemanha, vinha sendo visitada por integrantes da campanha “40 Dias Pela Vida”, que realiza vigílias de oração, silenciosas, em frente a locais que realizam as interrupções das gestações.
O Tribunal Administrativo de Karlsruhe decidiu pela proibição de vigílias de oração em frente à clínica após um imbróglio com os responsáveis pelo estabelecimento. Advogados da Alliance Defending Freedom Internacional (ADF) haviam recorrido à Justiça para garantir o direito à manifestação, mas a decisão foi contrária ao movimento pró-vida.
A clínica Pro Familia é membro da Federação Internacional da Planned Parenthood, responsável por metade dos abortos realizados nos EUA, de acordo com informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News).
Pavica Vojnović, líder do grupo de oração, lamentou a decisão do tribunal: “Cada vida é preciosa e merece proteção. Estou triste por sermos impedidos de apoiar mulheres vulneráveis e seus filhos em oração”.
“Me entristece que o tribunal tenha rejeitado nosso processo, aprovando indiretamente a proibição de nossas vigílias de oração silenciosas perto do centro de aconselhamento de aborto”, acrescentou a responsável pela campanha na região.
Felix Böllmann, consultor jurídico da ADF International, também expressou frustração: “Lamentamos a decisão do tribunal, que restringe a liberdade de expressão, reunião e religião. Ainda estamos aguardando as razões para o veredicto, mas a rejeição do caso obviamente falha em reconhecer que a liberdade de expressão é o fundamento de qualquer democracia livre e justa. Que tipo de sociedade nega a oração às mulheres e crianças necessitadas?”, questionou.
Censura
A ativista pró-vida afirma que o incentivo ao aborto é um sintoma de algo mais grave: “Nossa sociedade precisa dar um melhor apoio às mães em situações difíceis. Essa questão me toca profundamente porque tenho acompanhado muitas mulheres em meio a essa dor”, comentou.
A cidade de Karlsruhe possui histórico recente de hostilidade ao movimento pró-vida. Há dois anos, o município negou permissão para o mesmo grupo realizar vigílias de oração perto do centro de aconselhamento pré-aborto da clínica Pro Familia. Apesar de Vojnović cumprir os trâmites para obter as autorizações para realizar as vigílias nos anos anteriores, a partir de 2019 as autoridades passaram a negar a realização das vigílias.
A entidade ADF Internacional vê no caso uma tendência que se repete em toda a Europa, com áreas em que determinadas manifestações contrárias ao escopo progressista são censuradas no entorno das clínicas de aborto e até mesmo a proibição, nas universidades, que estudantes pró-vida se manifestem a respeito do tema.