Um vídeo em defesa do casamento tradicional publicado no YouTube por uma influenciadora na Colômbia foi alvo de censura por parte da Justiça. Erika “Kika” Nieto decidiu recorrer à Corte máxima do país, para reverter a decisão.
O vídeo em questão trazia as convicções pessoais da YouTube a respeito do casamento tradicional. Uma contestação de um ativista LGBT na plataforma de streaming virou uma disputa judicial, que terminou com o Tribunal Nacional determinando o banimento do material.
Kika Nieto afirmava no vídeo que entende que o casamento deve ser apenas entre homem e mulher, mas ponderando que respeita as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Apesar da ressalva, a youtuber foi censurada.
“Todos devem ser livres para compartilhar suas crenças em público. Quero ser autêntica com meus seguidores, sem ser censurada ou temer sanções criminais apenas por postar um vídeo”, disse Nieto em um comunicado compartilhado pela organização sem fins lucrativos Alliance Defending Freedom International (ADF).
“Não quero que os outros tenham medo de expressar suas crenças. Ao falar abertamente, espero inspirar mais tolerância em relação a diferentes opiniões”, acrescentou, de acordo com informações do portal The Christian Post.
Mordaça
Kika Nieto tem um quadro em seu canal chamado “Ask Me Anything” (“pergunte-me qualquer coisa”, em tradução do inglês). Um seguidor a questionou sobre o que ela pensava a respeito do casamento, e a youtuber afirmou que “Deus criou o homem e a mulher para que pudessem estar um com o outro”.
“Não considero que homens estando com homens ou mulheres estando com mulheres seja bom, mas tolero isso”, disse ela em espanhol.
A ADF está oferecendo suporte jurídico à youtuber em parceria com a entidade colombiana Nueva Democracia, que também se dedica à defesa da liberdade de expressão e outros direitos fundamentais.
“Todos devem ser livres para expressar suas crenças e convicções de fé sem medo de censura. O direito de Nieto de expressar livremente suas opiniões e compartilhá-las publicamente é protegido pela Constituição colombiana”, disse Tomás Henríquez, diretor da ADF para a América Latina e o Caribe.
“A liberdade de expressão e a liberdade religiosa são direitos humanos fundamentais garantidos por todos os principais tratados de direitos humanos. Se alguém se sentir ofendido, a melhor resposta é o debate, não a censura. Em última análise, é cada um de nós, e a própria democracia, que sofrem quando as pessoas não podem falar livremente”, acrescentou Henríquez.
O Tribunal Constitucional da Colômbia já havia decidido em uma ação diferente que as palavras de Nieto naquele mesmo vídeo eram protegidas constitucionalmente. Porém, outro ativista abriu uma nova ação argumentando que seu discurso era discriminatório.
Um tribunal de primeira instância considerou o conteúdo do vídeo “discurso de ódio” e ordenou que fosse removido. Agora, a entidade Nueva Democracia está agora pedindo ao Tribunal Constitucional que reverta a decisão do tribunal inferior.