As vigílias de oração realizadas por grupos pró-vida em frente a clínicas de aborto incomodaram os defensores do assassinato de bebês, que agora reagiram com um lobby que visa impedir as manifestações pacíficas e silenciosas que estimulam gestantes a desistirem da interrupção da gravidez e buscarem suporte de entidades assistenciais.
Segundo informações da BBC, um perímetro “tampão”, será criado ao redor de uma clínica de aborto na zona oeste de Londres, com autorização do conselho municipal, para impedir que as vigílias sejam realizadas fora do prédio.
Os conselheiros da Ealing votaram por unanimidade para implementar uma zona segura em torno da clínica Marie Stopes depois que as mulheres se queixaram de intimidação pelos manifestantes. A Good Counsel Network, que realiza vigílias fora do centro em Mattock Lane nos mesmos moldes da campanha 40 Dias Pela Vida, nega assédio às mulheres.
A decisão se estende também aos favoráveis ao aborto, e na prática, significa que os ativistas não podem ficar a menos de 100 metros da clínica. Aplausos explodiram na sala do gabinete do conselho de Ealing após a decisão, mas um manifestante interrompeu a reunião e acusou o conselho de tirar seus direitos.
Richard Bentley, diretor da clínica abortiva Marie Stopes UK, disse: “Esta é uma decisão marcante para as mulheres. Isso nunca foi uma questão de protesto. Tratava-se de pequenos grupos de estranhos que escolhem se reunir em nossos portões de entrada, onde eles poderiam assediar e intimidar as mulheres e tentar impedi-las de acessar os serviços de saúde aos quais estão legalmente autorizadas”, argumentou o abortista.
Ativistas se reuniram do lado de fora do prédio do conselho enquanto a votação era realizada, como forma de fazer pressão. Mais de 300 pessoas escreveram para o conselho descrevendo os manifestantes pró-vida como “intimidantes e agressivos”, enquanto os que são contra o aborto disseram que as mulheres não estão recebendo alternativas suficientes.
Um relatório apresentado ao gabinete do conselho concluiu que, após tentativas frustradas de negociar uma “zona segura” informal perto da entrada da clínica, uma ordem de proteção dos espaços públicos era apropriada.
O relatório também declara que a “implantação contínua de recursos de policiamento” fora da clínica era um “uso incomum e desnecessário de recursos policiais locais que poderiam ser implantados em outro lugar”.
A decisão pode abrir o caminho para outros conselhos regionais, espécie de câmaras de vereadores, seguirem o exemplo.
Elizabeth Howard, porta-voz da Be Here for Me, disse: “É o que esperávamos, depois de tudo o que só pode ser descrito como uma falsa consulta do conselho. Estamos aqui para apoiar as mulheres que talvez sintam que não têm outra escolha além do aborto e não querem um aborto”, declarou.