O processo disciplinar que pode culminar com a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi aberto na última terça-feira, 03 de novembro, pelo Conselho de Ética da Câmara.
O pedido de investigação, protocolado pelos partidos Rede Sustentabilidade e PSOL, pede investigações sobre denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e ocultação de contas no exterior contra Cunha.
O deputado, que também é presidente da Câmara e integrante da bancada evangélica, já não pode mais renunciar ao mandato para escapar da cassação.
Na sessão que definiu a abertura do processo, foram sorteados três deputados para a relatoria do caso: Zé Geraldo (PT-PA), Vinicius Gurgel (PR-AP) e Fausto Pinato (PRB-SP). Caberá ao presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), escolher um dos três para ocupar o posto.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o relator do processo não pode, por conta do regimento interno da Câmara, ter sido presidente do Conselho, ser do mesmo partido ou do mesmo estado de Cunha, ou ser membro do partido que entrou com a representação pedindo a cassação do mandato. Dos 21 integrantes do Conselho, 18 se encaixavam nesses critérios.
Eduardo Cunha manteve a postura adotada nos últimos meses desde que vem sendo acusado e afirmou que, primeiro, vai preparar sua defesa: “Nem sequer li a representação. Deixa primeiro ler a representação, deixa primeiro ver o relator, aí vou apresentar defesa com base no fato”, afirmou, em entrevista coletiva.
De acordo com informações de bastidores reveladas pela coluna Radar Online, Cunha “segue tentando passar a imagem de inabalável diante das denúncias que o atingem”.
“No almoço que teve com lideranças da Câmara nesta terça-feira (3) seguiu seu script dizendo que tudo está tranquilo, que sua defesa é muito boa e que ela mostrará que não houve mentiras sobre a existência de contas no exterior. Por isso, assegura, será absolvido no Conselho de Ética”, escreveu a jornalista Vera Magalhães.