A hashtag #BoycottExodusMovie (#BoicoteOFilmeExodus) explodiu no Twitter na última semana, como uma forma encontrada pelo público para expressar sua raiva e decepção com o elenco “branco” da produção “Exodus: Gods and Kings” (Êxodo: Deuses e Reis, em tradução livre) de Ridley Scott. A escolha de atores caucasianos para interpretar papéis como dos egípcios é encarada por muitos como uma forma de racismo.
O filme terá o ator Christian Bale como Moisés, e tem também em seu elenco nomes como Aaron Paul, John Turturro, Ben Kingsley e Sigourney Weaver. Após fotos da filmagem terem sido divulgadas, muitas pessoas usaram a internet para rapidamente apontar que as figuras bíblicas e realeza egípcia foram interpretadas por atores brancos, enquanto escravos são representados no filme por atores negros.
– Parem de tentar reescrever e encobrir a história. Não está funcionando. Os antigos egípcios não eram brancos – escreveu um usuário do Twitter.
– Por que ainda estamos vivendo com uma mentalidade de que o povo do Egito era branco? Estamos em 2014 – escreveu outro.
Essa não é a primeira fez que os estúdios de Hollywood foram acusados de escolher atores de forma “indevida” para uma produção por causa de sua cor de pele. Críticas semelhantes foram endereçadas a outro épico bíblico recente: “Noé”.
Segundo o Christian Headlines, em novembro do ano passado, Ryan Herring escreveu uma carta aberta aos estúdios criticando este tipo de escolha de elenco.
– Historicamente, esta prática foi usada para discriminar os atores, tanto homens como mulheres, de cor. Os exemplos mais comuns de tal prática no passado eram atores brancos vestir-se no que é conhecido como blackface, redface e yellowface – afirmou a carta, em referência a termos que se referem ao uso de maquiagem para “disfarçar” a etnia do ator.
Ele afirma ainda que tal prática continua hoje de uma forma diferente, quando “os papéis de scripts que seriam claramente para uma pessoa de cor são dadas aos atores brancos”.