Desapareceu a principal prova do inquérito enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Polícia Civil de São Paulo, da investigação da suposta participação do deputado e pastor Mário de Oliveira (PSC-MG) (leia mais) na tentativa de assassinar o colega Carlos Willian (PTC-MG).
Uma gravação de telefonemas em que estavam registradas várias conversas telefônicas entre o obreiro da Igreja do Evangelho Quadrangular Odair da Silva e o suposto matador, um paulista conhecido como Alemão, não chegou ao gabinete do relator do caso no Supremo, ministro Sepúlveda Pertence.
O inquérito foi enviado ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que vai decidir se pede ou não abertura de processo para investigar a denúncia, mas antes vai requisitar todas as peças do inquérito à polícia de São Paulo, onde a suposta contratação do matador estava sendo tramada. A Procuradoria-Geral informou que não há prazo legal para a apresentação do parecer.
Na semana passada, quando houve a denúncia, o deputado Carlos Willian tinha uma cópia da gravação em que estavam registradas várias conversas entre dois homens que se tratavam apenas de João e supostamente negociavam o seu assassinato. O parlamentar tinha recebido cópia das gravações da Polícia Civil de São Paulo.
Também já tinha cópia do inquérito que narrava como a suposta contratação de um pistoleiro paulista tinha sido descoberta pela polícia. Willian também tem cópia do depoimento de Odair da Silva, no qual o obreiro da Igreja Quadrangular confessa a tentativa de contratação do matador e aponta Oliveira como mandante. Depois de interrogado, Odair foi solto e sumiu.
Investigação
A apuração da tentativa de homicídio foi encaminhada ao Supremo a pedido da juíza substituta de Osasco (SP), por envolver dois parlamentares federais com direito a foro privilegiado. Inicialmente, as investigações estavam a cargo do delegado Marcos Rodrigues de Oliveira, da 5ª Delegacia Distrital de Osasco, que pediu a prisão temporária de Odair da Silva e do pastor Celso Braz Nascimento, apontado pelos homens que cuidaram de viabilizar o plano de execução.
Odair foi o responsável por contratar o pistoleiro Alemão, por R$ 150 mil, para matar Willian, e o pastor, que também é assessor de comunicação da Igreja Quadrangular em Barra Funda, (SP), foi quem o convidou para ajudá-lo. Uma ajuda que custou R$ 40 mil, conforme o próprio Odair.
O delegado Marcos Oliveira afirmou, em seu pedido à juíza, que a prisão era necessária “em face da gravidade dos fatos e do detalhado relatório do setor de investigação”. Segundo a polícia, em 19 de junho, os policiais procuravam no Shopping Tamboré, em Osasco, o matador de aluguel Alemão, depois da informação de que ele estaria ali. No local, surpreenderam o pistoleiro conversando com Odair. O suspeito escapou ao cerco, mas deixou para trás papéis e documentos que o relacionaram ao caso. Na delegacia, Odair confessou sua participação no plano.
Fonte: O verbo