O PSOL forma um dos grupos políticos mais agressivos do Brasil na militância por seus ideais de revolução, e no meio da metralhadora ideológica, disparou críticas ao Estado de Israel acusando-o de genocídio. Agora, está recebendo o contra-ataque do presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Fernando Lottenberg, que acusa o partido de ódio ao povo judeu.
Lottenberg concedeu entrevista ao jornal Folha de São Paulo e repudiou a nota do PSOL emitida em abril após um confronto entre Israel e terroristas palestinos na chamada “marcha do retorno”. Na ocasião, o exército israelense reagiu às tentativas de invasão de seu território e a ação deixou 16 mortos.
Para o líder judeu, a definição de Israel como um Estado “genocida” feita pelo PSOL é “injusta e equivocada” por desconsiderar qualquer coisa que fuja aos interesses da extrema esquerda, como a soberania do país, por exemplo. Na nota, o partido havia se referido ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu como “carniceiro-mor”.
“Além de profundamente injusta e equivocada, é uma expressão contemporânea do antissemitismo”, disse Lottenberg.
Ponderado, Lottenberg evitou incluir o presidenciável Guilherme Boulos no grupo de antissemitas que formam o PSOL, lembrando da visita feita pelo líder dos movimentos habitacionais a Israel, quando ele condenou o holocausto em visita ao museu.
“Quando ele foi a Israel, teve o cuidado de ir ao Museu do Holocausto, condenou explicitamente o antissemitismo. Não concordo com ele, mas não chego ao ponto de dizer que seja antissemita”, declarou.
Antissemitismo é a definição da aversão aos judeus, ou ainda a corrente política adversa aos judeus. Esse sentimento foi o principal combustível do nazismo e atualmente voltou a crescer entre opositores a Israel que pregam a criação do Estado da Palestina, como o PSOL e o Irã, por exemplo, e a entrega aos árabes de territórios conquistados pelo país.
De acordo com o líder judeu, a manifestação dos militantes de extrema esquerda é uma forma de antissemitismo travestido de antissionismo (negar a existência de Israel como Estado), para evitar que sejam acusados de transgredir o politicamente correto pregando ódio aos judeus.
“O antissemitismo se transforma com o tempo como um vírus mutante. Hoje pega nos direitos de expressão, de poder ser um povo como qualquer outro, aí vem o antissemitismo como antissionismo. Não é mais politicamente correto ser antissemita. Então, você vê em manifestações aquilo que vinha do antissemitismo tradicional, mas com uma roupagem, aspas, progressista”, analisou Lottenberg.
Mesmo com todo o barulho causado pelas manifestações antissemitas nas mais diversas frentes mundo afora, Israel continua sendo o único país da região que tem a democracia como forma de governo e que garante a convivência, pacífica, entre judeus, cristãos e muçulmanos, além de aceitar que árabes nascidos em seu território ocupem cargos no Parlamento.
Em suas declarações, Lottenberg fez questão de enfatizar as diferenças no tratamento destinado às mulheres entre Israel e os demais países vizinhos, frisando que o Estado judeu garante independência a elas e garante liberdade a grupos LGBT, o que não acontece nas nações árabes defendidas por grupos políticos de esquerda.