Na última semana uma série de ataques realizados por um grupo de extremistas islâmicos da Al Shabab, da Somália, resultou na morte de 48 cristãos na cidade costeira de Mpeketoni, no Quênia. Os extremistas causaram dois dias de terror na cidade, passando de casa em casa para assassinar as pessoas que não se enquadravam em padrões definidos por eles.
Armados, os extremistas foram de porta em porta questionando se as famílias que residiam em cada casa eram muçulmanas e falavam somali. Segundo o Padom, caso a resposta não agradasse os extremistas, eles abriam fogo imediatamente contra a família.
– Vieram em nossa casa em torno das 20h e nos perguntaram em swahili se éramos muçulmanos. Meu marido disse-lhes que éramos cristãos e eles atiraram na cabeça e no peito – relatou Anne Gathigi.
John Waweru, morador da cidade, conta que seus dois irmãos foram mortos pelos extremistas durante o ataque porque não falavam somali.
A maioria dos ataques aconteceu no domingo, e na segunda feira tropas quenianas e moradores da região puderam ver o rastro de destruição deixado pelos extremistas, com vários corpos estirados pelas estradas de terra e edifícios ainda em chamas, visto que dois hotéis e muitos veículos foram queimados durante o ataque.
A recente onda de violência no país destaca o aumento da violência extremista islâmica no país, que já foi considerado uma referencia em termos de estabilidade na África Oriental.
Segundo o ministro do Interior, José Ole Lenku, após os ataques os extremistas islâmicos fugiram para as florestas próximas após uma “troca feroz de tiros” com as forças de segurança. Lenku alertou ainda os políticos da oposição contra incitação à violência, afirmando acreditar que o ataque pode ter relações com a tensão política na região.
O Al-Shabab se manifestou sobre o ataque afirmando que o fez devido à “brutal opressão dos muçulmanos no Quênia.” O grupo disse que esses ataques continuarão “enquanto continuar a invasão da nossa terra para oprimir os muçulmanos inocentes”.
O ocorrido fez muitos se lembrarem de outro ataque realizado pelo grupo em um shopping center na capital do Quênia, Nairóbi, em setembro do ano passado. Na ocasião, pelo menos 67 pessoas foram mortas, algumas delas após não serem capazes de responder a perguntas sobre o Islã.
Nos últimos dias, devido o aumento da tensão na região, turistas estão sendo aconselhado a não visitar o país.