Uma demonstração de racismo com o filho recém-nascido do pregador Marcos Davis, da Assembleia de Deus Ministério Vida, foi feita nas redes sociais. Em resposta, o pai se propôs a expor as ofensas através de uma publicação.
Marcos Davis e sua esposa, Debora, foram abençoados com a chegada de Noah no dia 19 de agosto. O casal publicou a foto do bebê na sala de parto e desde então, algumas manifestações racistas foram feitas por usuários do Instagram.
Insinuações como “tenho minhas dúvidas se o menino é filho deles”; “o menino foi trocado na maternidade”; “não tem cabimento pais negros gerarem filho branco”; “estranho a cor do garoto em relação aos pais” foram feitas na conta do pregador na rede social.
Diferentemente do que movimentos políticos tentam impor, a prática de racismo não ocorre apenas da parte de pessoas brancas contra negros.
A própria definição dessa prática criminosa diz que o racismo é “preconceito e discriminação direcionados a alguém tendo em conta sua origem étnico-racial”, sem exclusividade de nenhuma etnia.
O relato
O casal Marcos e Debora, diante da situação, agiu com elegância, mas não deixou de relatar o preconceito sofrido por causa da pele clara de seu filho: “Estamos nos pronunciando com o coração partido para expor uma situação muito desagradável que está acontecendo conosco”, introduziu o pregador na nota publicada.
“Desde quinta-feira 19/08 quando nosso filho nasceu e fizemos uma postagem em nosso feed para compartilhar a chegada dele estamos recebendo alguns comentários ofensivos no post e mensagens sarcásticas no privado”, reclamou Marcos Davis.
Em seguida, ele pontuou que estão casados há sete anos, que é fiel à sua esposa e que seu papel de pai vem sendo cumprido desde a descoberta da gestação, indicando não aceitar as insinuações de infidelidade por parte de sua esposa.
“Aos que comentaram: se vocês pesquisarem sobre genes e genética irão entender que isso não é impossível acontecer. Há alguns casos no mundo em que pais negros tiveram filhos brancos […] A criança pode nascer com a pele clara e mais na frente escurecer. Um dos sinais de que isso pode acontecer é a cor dos testículos do bebê serem mais escura (é o caso do nosso filho)”, escreveu.
O apelo aos detalhes, segundo Davis, foi uma situação constrangedora, embora necessária: “Não queríamos nos expor e expor nosso filho dessa forma. Mas isso é inadmissível, é desrespeitoso, é desumano. Se você não tem empatia, tenha pelo menos respeito pela vida e família dos outros”.
Racismo é crime
“Não use suas mãos, os seus dedos e sua boca para ferir, para atacar os outros através de comentários ridículos como esses. Se é branco, negro, pardo, se os olhos são azuis, verdes, castanhos claro ou escuro não é problema seu. Não somos nós quem definimos isso”, desabafou.
Ao final, o pregador deixou aberta a hipótese de denunciar o racismo: “Até o momento não abrimos nenhum processo contra essas pessoas que fizeram esses comentários, até porque os perfis provavelmente são fakes. Mas se isso continuar, se outras mensagens aparecerem; iremos tomar as providências necessárias para que essas pessoas sejam achadas e recebam a punição cabível conforme as leis. Que esse tipo de situação não aconteça com outras famílias”.
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