O presidente Donald Trump afirmou que a fé cristã está sendo “tratada de maneira injusta” durante a pandemia de coronavírus, já que os governos estaduais e municipais impuseram o distanciamento social contra as reuniões da igreja, mas ainda não se manifestaram sobre as reuniões de muçulmanos para celebrar o Ramadã.
A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva, quando foi perguntado sobre o motivo de ele ter compartilhado um tweet que questionava se as autoridades de todo o país aplicarão ordens de distanciamento social para mesquitas durante o mês sagrado islâmico do Ramadã, que se inicia nesta quinta-feira, 23 de abril, e vai até 23 de maio.
“Sim – não, eu gostaria de ver isso”, disse Trump em uma resposta desmedida. “E, sabe, acabei de falar com líderes e pessoas que amam mesquitas; eles amam mesquitas, e sou totalmente a favor disso”, declarou, referindo-se à liberdade religiosa.
Assim como ocorre no Brasil, Donald Trump criticou os governos locais que impuseram ordens de permanência em casa impedindo as reuniões nas igreja, já que alguns pastores e frequentadores em várias regiões dos Estados Unidos receberam citações ou multas por participar de cultos presenciais ou feitos nos estacionamentos dos templos.
“Então, eu estou interessado em ver isso porque eles perseguem igrejas cristãs, mas eles não tendem a perseguir mesquitas”, continuou Trump, referindo-se ao início do Ramadã. “E eu não quero que eles procurem mesquitas, mas quero ver qual é a sua – qual é a sua inclinação”, reiterou.
De acordo com o portal The Christian Post, Trump também afirmou que “viu uma grande disparidade neste país”, pois averiguou que os parlamentares do Partido Democrata – de esquerda – no Congresso possuem uma “forte tendência anti-israelita”.
Quando perguntado se ele está sugerindo que os líderes religiosos muçulmanos não sigam as políticas de distanciamento social adotadas pelos estados e governos locais, Trump respondeu: “Não. Acabei de fazer uma ligação [com] imãs. Acabei de ter uma ligação com ministros, rabinos. Tivemos um tremendo chamado com os líderes religiosos. Não, acho que não”.
A proposta do presidente norte-americano é que os templos religiosos – igrejas, sinagogas ou mesquitas – retomem suas atividades gradualmente e de forma organizada. “Sou alguém que acredita na fé. E não importa qual é a sua fé. Mas nossos políticos parecem tratar crenças diferentes de maneira muito diferente”.
Por fim, Trump enfatizou que não sabe “o que aconteceu com o nosso país”, já que o cristianismo – uma parte essencial na formação da identidade cultural dos Estados Unidos – agora é alvo de uma campanha maciça de censura, principalmente por parte de ativistas ateus e dos veículos de imprensa.
“A fé cristã é tratada de maneira muito diferente do que era. E acho que é tratado de maneira muito injusta”, insistiu o presidente dos Estados Unidos.
“The Christian faith is treated much differently than it was, and I think it is treated very unfairly.” — Trump accuses AOC and Ilhan Omar of being biased against Christians and for Muslims pic.twitter.com/IDUJvsR6SX
— Aaron Rupar (@atrupar) April 18, 2020