Uma página dedicada ao islamismo no Facebook pregou rituais de tortura aos muçulmanos que não cumprirem o jejum do ramadã, e expôs mais uma faceta da religião tratada como pacífica pela grande mídia, mas que é repleta de castigos e duras penas para seus seguidores que eventualmente pequem.
A página Mesquita Brasil usa a rede social para promover o islamismo no Brasil e já conta com mais de 2,7 milhões de seguidores, e está ligada à Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM) e à Comunidade Islâmica, localizada em São Paulo (SP).
Em uma sessão de perguntas e respostas sobre o mês sagrado do Ramadã, a página tem feito explicações sobre a obrigatoriedade de seguir o jejum no ramadã, mês sagradado em que um muçulmano se abstém de bebidas e alimentos ao longo do dia, fazendo refeições somente após o pôr do sol. Em 2017, o período de privação se encerra no próximo sábado, 24 de junho, no início da noite.
“Qual é a sentença para quem quebra o jejum intencionalmente sem motivo nenhum?”, questiona o texto, numa postagem que parece ser uma espécie de guia de respostas para perguntas frequentes.
“Esta pessoa pode estar num grande perigo, segundo Abu Umana […] disse: ‘Ouvi o profeta dizendo: ‘Enquanto eu estava dormindo dois homens vieram e pegaram a minha mão… ‘ e conduziu os ditos e nesses constam: ‘e levaram-me até junto a um povo pendurado pelas canelas machucadas e de cabeças para baixo com bocas escorrendo sangue, e perguntei: quem são essas pessoas? Responderam: são aqueles que quebraram seus jejuns intencionalmente sem motivo nenhum antes do tempo chegar'”, responde a página, citando uma hadith.
Violência
O islamismo, a despeito das alegações de seus fiéis que não agem de forma extremista, é uma religião que tem em seus códigos de doutrina uma afeição à violência, como no caso da sharia (ou shari’ah) – a lei islâmica – que prega a morte a homossexuais ou o decepamento da mão de um ladrão pego em flagrante.
Na mesma página em questão havia publicações sobre a impureza da mulher durante o período de menstruação e o uso de medicamentos ministrados por via anal, como supositórios e injeções.
“Como o Ocidente ainda tenta entender o islamismo apenas pela dicotomia terrorista/não-terrorista, esquece-se de que o terrorismo é apenas um dos vários meios possíveis para a islamização, e que uma terra islamizada, que passa de Dar al-Harb (lar da guerra) para Dar al-Islam (lar da “paz”, ou da submissão), é submissa à shari’ah, a lei civil-religiosa-teológica-cosmológica do islamismo”, comentou Flavio Morgenstein, em artigo para o portal Senso Incomum.
Brasil
A terra tupiniquim há anos vem recebendo atenção dos muçulmanos, que se dedicam a converter evangélicos, numa iniciativa que começa com a apresentação do lado “pacífico” da doutrina islâmica.
A abordagem é feita de formas diferentes, dependendo da corrente que os militantes seguem. Este ano, em abril, um portal cristão brasileiro foi invadido por extremistas muçulmanos que publicaram ameaças: “Judeus e cristãos são porcos sujos”, dizia um dos textos, seguido pela intimidação: “Nós viemos para sua terra. Em breve suas mulheres serão nossas”.
O tratamento dado pelos muçulmanos a quem não segue o islamismo conota desprezo, como relata Morgenstein em seu artigo: “O Alcorão chama não-muçulmanos de porcos e macacos – e o tratamento a eles, como se vê, não é muito melhor”, afirmou.
O texto do escritor e analista político se aprofunda um pouco mais sobre como os muçulmanos enxergam um país em que são minoria, mas que naturalmente ambicionam conquistar e impor seu modo de vida e sua crença.
“Enquanto não são maioria, muçulmanos vivem em Dar al-Hudna, em ‘trégua’ (e não paz) com a terra a ser conquistada, e até cumprem as leis locais. Com maioria populacional, mesmo sem precisar da jihad ou da sua versão moderna, o terrorismo covarde, a lei religiosa, civil, moral, costumes, regras até para escovar os dentes etc serão substituídas pela shari’ah. E as pessoas que tratam o islamismo como a ‘religião da paz’ por nem todos serem terroristas (como nem todo ocidental é um soldado) logo saberão o que é a ‘paz’ (shalam) apregoada pela shari’ah“, explicou.
No Brasil, os muçulmanos parecem apressados e pouco preocupados em se tornar maioria para iniciar sua radicalização, já que setores da religião vêm pregando morte a cristãos e judeus. Essa constatação, pasmem, partiu do principal xeque xiita brasileiro, Rodrigo Jalloul, que afirmou em entrevista à revista Veja que o radicalismo já se faz presente entre os fiéis.
“Alguns xeques erram em focar muito a política e pouco a religião. Eles dizem abertamente que os xiitas são hereges e malditos. Os brasileiros que se convertem não conhecem a história da religião e acabam caindo nessa farsa”, disse.
“A radicalização dos muçulmanos brasileiros deve-se ao excesso de informação disponível, mas sem um filtro adequado. Certa vez, encontrei uma muçulmana sunita na porta da mesquita do Brás [em São Paulo] e convidei-a para entrar. Ela se recusou, pois um xeque sunita lhe havia dito que se tratava de um lugar maldito”, explicou Jalloul, contextualizando seu raciocínio.
Prisão
A ideia de uma religião de paz sucumbe, portanto, ao analisar-se as limitações que a doutrina pregada por Maomé impõe a seus adeptos. “A shari’ah possui penas para mulheres que se exibem em público, que andam desacompanhadas, que encostam em homens quando estão menstruadas. Ou para homossexuais, para não-islâmicos (no caso citado pela Mesquita Brasil, trata-se de um povo inteiro), para adúlteros. E as penas vão de apedrejamento a ser pendurado de cabeça para baixo, seguindo o modo de abatimento halal, o único permitido para se comer cabritos no islamismo (embora comer em outro sentido possa ser permitido em determinadas circunstâncias)”, afirmou Morgenstein, fazendo referência à prática da zoofilia, admitida pela religião em certas circunstâncias.
A menção à zoofilia é um dos temas mais delicados na religião, que permite o sexo com animais apenas para homens. Se uma mulher mantiver relações sexuais com animais, deverá ser executada.
“Um homem pode ter relações sexuais com os animais, como as ovelhas, as vacas, os camelos e outros. No entanto, após alcançar o orgasmo deve degolar o animal”, segundo o aiatolá Khomeini, em um livro publicado no Irã em 1990.
Nesse cenário, os militantes de esquerda – ou “progressistas”, como se autodenominam – que atuam no Brasil pouco falam sobre o extremismo da religião islâmica, e suas considerações que colocam a mulher em posição inferior ao homem, ou pior, que pregam a morte a homossexuais.
Mesmo o Brasil sendo um país em que a maioria é cristã e as demais religiões convivem pacificamente, salvo episódios raríssimos de intolerância, esses grupos ativistas preferem referirem-se aos cristãos como “fundamentalistas” por compreenderem, a partir da Bíblia, que aborto, homossexualidade e outras bandeiras pós-modernas representam pecados passíveis de perdão mediante arrependimento.