A Eslovênia, um dos antigos países da União Soviética, recusou, através de referendo, a legalização do casamento gay no país.
Tida como uma das mais liberais sociedades oriundas dos antigos países socialistas, a população eslovena recusou a equalização das uniões homoafetivas ao casamento tradicional em votação realizada no último domingo, 20 de dezembro.
De acordo com informações do portal Terra, 63% dos cidadãos que foram às urnas votaram contra a proposta do governo para redefinir o casamento como a união de duas pessoas adultas, sem distinção de sexo.
A Comissão Eleitoral do país revelou que apenas 35,% dos eleitores compareceram, aproximadamente 370 mil pessoas. Predominantemente católica, a Eslovênia tem população de 2 milhões de habitantes, sendo que aproximadamente 1,7 milhão está habilitada a votar.
A decisão põe fim a uma discussão iniciada em março, quando o Parlamento havia aprovado uma lei que redefinia o casamento como “a união de dois adultos”, substituindo o entendimento atual, que afirma ser a “união de um homem e uma mulher”. Na prática, a lei concederia aos casais homossexuais os mesmos direitos de heterossexuais, incluindo a adoção de filhos.
Os católicos se engajaram na tarefa de derrubar a lei e iniciaram um movimento chamado “As Crianças Estão em Jogo”, e conseguiram reunir as 40 mil assinaturas necessárias para colocar a lei sob o crivo da população através de um referendo.
“Apagar o sexo da definição do casamento dá terreno para violações dos direitos humanos contra os nossos mais preciosos – nossas crianças”, afirmou Janez Jansa, ex-primeiro-ministro do país.
Essa é a segunda vez que os eslovenos rejeitam, em referendo, a legalização do casamento gay. Em 2012, a primeira tentativa nesse sentido também foi rejeitada.