A atriz Regina Duarte deverá assumir a Secretaria da Cultura e convidou a pastora Jane Silva para ser seu braço-direito no comando da pasta. O presidente Jair Bolsonaro ainda não recebeu uma resposta definitiva da artista.
O nome de Regina Duarte foi selecionado por Bolsonaro para substituir Roberto Alvim, dramaturgo que ocupava o posto e foi exonerado por gravar um vídeo com referências a um discurso de uma autoridade nazista.
Jane Silva, atualmente, é secretária de Diversidade Cultural e aceitou o convite de Regina Duarte para ocupar o cargo de secretária-adjunta da Cultura. Segundo a revista Veja, a pastora ficará no posto de forma interina, até que a atriz confirme oficialmente que assumirá a função oferecida pelo presidente.
O convite à pastora Jane Silva foi feito em reunião na última quinta-feira, 23 de janeiro, que contou com a presença de assessores, secretários da pasta e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Jane Silva, que preside a empresa Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócio, havia assumido a secretaria de Diversidade Cultural em novembro do ano passado.
Polêmica
A possibilidade de Regina Duarte ocupar o cargo de secretária da Cultura surgiu após a demissão do dramaturgo Roberto Alvim. Em um comunicado após sua saída, ele afirmou que desconfiava ter sido alvo de uma ação demoníaca, e se desculpou pelo teor do polêmico vídeo.
As similaridades usadas no discurso e na fotografia do vídeo divulgado por Alvim com as de um material gravado por Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista na Alemanha, foram responsáveis por tirá-lo do cargo.
Alvim assumiu a responsabilidade pela confecção do texto e afirmou que sua esposa e filho “estão destroçados” com a repercussão de seu erro. Ele também lamentou a displicência com a pesquisa do texto que terminou por leva-lo “à queda”.
“Eu escrevi o texto do meu discurso no vídeo, a partir de várias fontes e ideias, que me chegaram de muitos lugares”, disse Alvim, isentando de culpa seus assessores, Denia Magalhães, Alessandro Loiola e Alexandre Leuzinger. “[Eles] não têm nada a ver com a escritura”.