Uma polêmica sem precedentes na política nacional causada por Roberto Alvim, então secretário da Cultura do governo Bolsonaro, ocupou as manchetes em todo o país ao longo da última semana. Agora, o dramaturgo assumiu a responsabilidade pelo discurso que foi associado ao nazismo e afirmou desconfiar que tenha sido vítima de uma “ação satânica”.
A polêmica se deu por similaridades usadas no discurso e na fotografia do vídeo divulgado por Alvim com as de um material gravado por Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista na Alemanha.
Em um áudio divulgado pelo próprio Roberto Alvim, ele assume a responsabilidade pela confecção do texto, menciona que sua esposa e filho “estão destroçados” com a repercussão de seu erro e lamenta a displicência com a pesquisa do texto que terminou por leva-lo “à queda”.
“Eu escrevi o texto do meu discurso no vídeo, a partir de várias fontes e ideias, que me chegaram de muitos lugares”, disse Alvim, isentando de culpa seus assessores, Denia Magalhães, Alessandro Loiola e Alexandre Leuzinger. “[Eles] não têm nada a ver com a escritura”.
Segundo informações da revista Veja, o áudio do ex-secretário de Cultura foi gravado em resposta a uma publicação do portal AgoraParaná, que afirmou no último domingo, 19 de janeiro, que o texto polêmico havia sido redigido pelos assessores.
Roberto Alvim, no entanto, alegou que não sabia que o discurso tinha origem nazista: “Não percebi nada errado ali… mas errei terrivelmente ao não pesquisar com cuidado a origem e as associações de algumas frases e ideias e assumo a responsabilidade por meu erro. Perdi tudo por causa desse erro terrível”, lamentou.
Em seguida, ele expressa suas desconfianças mais íntimas sobre o episódio, se desculpa com a comunidade judaica e declara rejeição ao nazismo e outros regimes totalitários que cometeram genocídio. “[Começo] desconfiar não de uma ação humana, mas de uma ação satânica em toda essa horrível história”, finalizou.