A igreja Reino ganhou notoriedade nacional recentemente, e a popularidade nas redes sociais evidenciou características que, para a maioria dos evangélicos, são incomuns. A partir disso, piadas e críticas passaram a ser feitas, o que incomoda seu líder, pastor Eduardo Reis.
A Reino, em Balneário Camboriú (SC), atraiu atenção após viralizar nas redes sociais um vídeo em que uma frequentadora descreve a “experiência” de ir a um culto: enfrentar filas, tomar café ou soda italiana oferecidos pela igreja, e participar da celebração em um ambiente que se assemelha a uma balada, com paredes pretas, luzes de neon e decoração minimalista.
Essas características, que a diferenciam da absoluta maioria das igrejas evangélicas Brasil afora, foram suficiente para que a Reino passasse a ser referida como “igreja de rico”, além de críticas que dizem que “parece balada” e piadas mais pesadas.
O pastor da igreja se incomodou e rebateu as críticas com um discurso politicamente correto: “Se não estivéssemos crescendo, ninguém falaria nada. Até acho que dizer que a gente é cringe, tudo bem. Mas debochar de nossa expressão de fé como meio de engajamento só revela como quem o faz é oportunista e se aproveita de um mundo cada vez mais doente, que precisa rir do que acha estranho”, introduziu.
“Para mim, isso é tão violento quanto acusar um terreiro de candomblé de comercializar a fé porque quem os visita são artistas. Ou de dizer que a parada LGBTQIA+ é apenas um evento de entretenimento, quando ela é mais do que um evento com música e festa, é a defesa do legítimo direito de existir de um grupo que tem uma identidade”, acrescentou Reis.
Do ponto de vista do pastor, a Reino não é um negócio religioso “voltado para a extorsão e para o lucro”, embora se posicione em sua comunicação social mais como uma “experiência” do que uma congregação.
Na entrevista ao portal Uol, Reis explica que tudo que a igreja arrecada, com o estímulo às pessoas para que contribuam com generosidade, é revertido em conforto para quem frequenta:
“Café e soda italiana se tornaram alvos para crítica de pessoas que não conhecem, mas elas não mostraram o quadro completo. As cadeiras são confortáveis. O ar condicionado é bom. Os banheiros são limpos, sempre tem papel, tem o melhor sabão que podemos dar. Tratar as pessoas bem e usar os recursos da igreja para isso, em uma cultura de excelência, só é matéria de deboche quando o que impera coletivamente na bolha do escárnio é uma predisposição para o preconceito religioso”, queixou-se o pastor.
Reis é o fundador da Reino, que começou a funcionar no período da pandemia, com recursos próprios, apesar de percalços à época. Agora, diz o pastor, não há um plano fixo de crescimento, embora também não exista nada que impeça.
“Não acreditamos em estratégias de ameaça para recolher dinheiro de ninguém. Também não prometemos prosperidade para quem dá dinheiro, pois isso é barganha”, disse, em tom de defesa de sua legitimidade como congregação.
Era só ter ficado de boa Lutero pic.twitter.com/YGhJL1viu5
— Zorak (@zorakbr) May 27, 2024
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