A Bíblia Sagrada está no centro de mais uma polêmica social no Brasil: o reitor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Ari Miguel Ott, está sendo amplamente criticado por sugerir que as páginas do livro sagrado do cristianismo servem para fumar maconha.
O reitor foi filmado durante uma palestra em que admitiu que parte dos universitários brasileiros são dependentes químicos e a droga mais comum é a maconha. No mesmo contexto, disse que um colega de bacharelado usava as páginas da Bíblia Sagrada para fumar a erva alucinógena.
“Eu tenho 34 anos nesta instituição, nunca vi uma festa de pelados. Se tiver, me chamem. Cada vez que um aluno acende um baseado numa universidade brasileira, e no mundo inteiro estudantes fumam baseado, em todas as universidades do mundo. Mas cada vez que um estudante acende um baseado levantam-se as vozes do moralismo – ‘Olha aí, fumadores de maconha!’. Quanta bobagem, meu Deus. Eu tive um colega no curso de Medicina, há 40 anos, ele fumou a Bíblia da mãe, gente! Naquele tempo não se vendia seda, não tinha seda pra vender, e o papel dele era considerado excelente para enrolar um baseado. Pois esse miserável fumou de Gênesis a Apocalipse e formou-se médico”, disse Ott.
Repercussão
A repercussão causou manifestações de repúdio da bancada evangélica e também de um professor Doutor que leciona Oftalmologia.
O pastor e deputado federal Silas Câmara (PRB-AM), presidente da bancada evangélica, publicou nota afirmando que o reitor fez “apologia ao uso do entorpecente, crime previsto no artigo 287 do código penal brasileiro”.
Câmara pontuou ainda que “as declarações do reitor não condizem com a postura do cargo que o professor exerce, e afronta diretamente a família brasileira e fé de milhares de cristãos que tem como base, a Bíblia, o livro sagrado”. A nota ainda enfatiza que os deputados vinculados à Frente Parlamentar Evangélica repudiam “veementemente as palavras do Reitor, e que a universidade deve prezar pelo comportamento ético e moral e não impor pensamentos minoritários”.
O professor Rafael Cardoso Oliveira divulgou uma carta aberta com duras críticas a Ari Miguel Ott: “Tenho certeza que ele não se dá conta da responsabilidade que é ser reitor de uma Universidade Federal, pois se soubesse não diria tamanhas barbaridades. É bem verdade que isto não é um privilégio somente deste reitor. Vários outros ‘gestores’ de importantes IES [instituições de ensino superior] brasileiras pensam exatamente desta forma amoral, infelizmente, comum à maioria das pessoas não tementes a Deus. Desrespeitam a fé cristã e tripudiam sobre as famílias e as pessoas de bem”.
“Venho também reprovar o fato de ter feito apologia ao uso de drogas entre os alunos. Universitários e nenhum ser humano deveria ser estimulado a tal atitude, que leva a vícios e graves prejuízos à saúde a longo prazo, inclusive lesões neurológicas irreversíveis. Sei que o Reitor é médico, mas deve ter se esquecido ou jamais estudou sobre a toxicidade causadas pelo uso de drogas. Além do mais, o fato de ter enaltecido um amigo de turma, maconheiro, que fumava utilizando folhas da Bíblia, o Sr Ari Otti agiu como um verdadeiro otário, tendo blasfemado contra a Palavra de Deus”, acrescentou o professor, segundo informações do portal O Rondoniense.
Por fim, o professor expressou toda sua indignação lembrando que todas as ações trazem consequências: “Aqui na terra ele e seu amigo podem até participar de orgias, se drogarem com maconha enroladas em papel bíblico, mas no final dos tempos, eles têm grande chance de serem “fumados” pelo fogo do inferno, se não se arrependerem sinceramente, e pedirem perdão a Deus”.
Confira abaixo a íntegra da nota da bancada evangélica:
Nota de Repúdio Frente Parlamentar Evangélica
Brasília DF, 24 de Julho de 2019
A Frente Parlamentar Evangélica – FPE do Congresso Nacional vem a público repudiar as declarações do Reitor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Ari Miguel Ott onde cita que o Livro Sagrado (Bíblia) tem um excelente papel para fazer uso da maconha. No contexto o reitor afrontou o livro sagrado da maioria absoluta dos Brasileiros, dentre estes os cristãos evangélicos, que no Brasil somam mais de 37 milhões.
Na citação o professor faz apologia ao uso do entorpecente, crime previsto no artigo 287 do código penal brasileiro, por alunos de universidades no Brasil e no mundo. Em suas declarações exemplifica suas afirmações. “Eu tenho 34 anos nesta instituição, nunca vi uma festa de pelados. Se tiver, me chamem. Cada vez que um aluno acende um baseado numa universidade brasileira e no mundo inteiro, estudantes fumam baseado em todas as universidades do mundo, mais cada vez que um estudante acende um baseado levantam-se as vozes do moralismo – ‘Olha aí, fumadores de maconha’! Quanta bobagem, meu Deus. Eu tive um colega no curso de Medicina, há 40 anos, ele fumou a bíblia da mãe, gente! Naquele tempo não se vendia seda, não tinha seda pra vender, e o papel dele era considerado excelente para enrolar um baseado”. O presidente da FPE deputado Federal, Silas Câmara disse que as declarações do reitor não condizem com a postura do cargo que o professor exerce, e afronta diretamente a família brasileira e fé de milhares de cristãos que tem como base, a Bíblia, o livro sagrado. O presidente esclarece que a Frente Parlamentar Evangélica repudia veementemente as palavras do Reitor, e que a universidade deve prezar pelo comportamento ético e moral e não impor pensamentos minoritários. Por fim, afirma ainda que os deputados e senadores que compõem a frente continuarão lutando na defesa dos princípios cristãos, da família e da liberdade religiosa, construindo um Brasil melhor.