O deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode estar vivendo seus últimos dias como parlamentar, já que o relator do processo contra ele no Conselho de Ética considerou que o colega de Câmara mentiu quando negou possuir contas bancárias no exterior e resolveu pedir a cassação de seu mandato.
Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou seu relatório sobre o caso, após meses de tramitação do processo, com adiamentos, cancelamentos e embates entre os aliados de Cunha e seus adversários políticos.
No entanto, segundo informações da coluna Radar Online, da revista Veja, a defesa do parlamentar da bancada evangélica enxergou inconsistências no relatório e, caso ele seja aprovado na votação que será realizada na próxima semana, irá recorrer.
“Com o processo de perda de mandato do peemedebista se aproximando da reta final depois de meses de procrastinação, voltou a circular em Brasília a possibilidade de o Ministério Público pedir a prisão preventiva de Cunha, sob a alegação de que, mesmo afastado, ele manteve tentativas de obstruir a tramitação de seu processo.O que se sabe é que o procurador-geral da República recebeu documentos do presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo, sobre ações de Cunha”, informou a jornalista Vera Magalhães.
Cunha está afastado de seu mandato por decisão do STF, mas manteve as prerrogativas de foro e benefícios do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, como residência oficial, equipe de segurança e jato da Força Aérea Brasileira (FAB) à disposição.
“Quando aprovaram o afastamento do peemedebista do cargo e do mandato, os ministros do Supremo Tribunal Federal fizeram questão de frisar que se tratava de uma decisão excepcionalíssima. Para que a corte aprove um pedido desta natureza serão necessárias provas gritantes de ação de Cunha para obstruir investigações”, ponderou a jornalista. “As próximas horas vão mostrar se o clima de apreensão desta quarta [01 de junho] em Brasília era apenas resultado de uma onda forte de boatos ou se vem aí mais uma bomba da Lava-Jato. Afinal, o que não tem faltado nos últimos meses são situações excepcionalíssimas”, concluiu.